O que somos passa inevitavelmente para quem
nos consegue sentir, para cada uma das pessoas que se tornam certas e mesmo
que não sejam muitas, existirá alguma, algures, que quererá o mesmo e conseguirá
sentir o sabor a que sabemos.
Vamo-nos
construindo por vezes sem muitas instruções ou regras, mas quase sempre a
servir um propósito, esperando pela vez em que a nossa vez chegará. Vamos,
passo a passo, mudando o que começámos e incluindo mais um pouco do que nos
levará um dia até ao lugar que nos pertence verdadeiramente.
Quando
o amor nos atinge, quando a outra metade de alguém parece encaixar-se de forma quase
perfeita, porque não deveremos em nenhum momento esperar apenas pela perfeição,
TUDO passa a fazer sentido e o que
acreditávamos ser nosso, passa mesmo a sê-lo.
Nunca ninguém nos prepara para o turbilhão
de dúvidas e de certezas que nos assolam quando olhamos, pela primeira vez,
para quem parece ter finalmente chegado para nós. Nunca nos dizem que amar traz imensos riscos, medos infundados e
uns quantos com todo o fundamento, porque falhar será sempre mais veloz e
imediato do que manter o que nem sempre se conquistou rapidamente. Nunca, em nenhum momento, nos falam
das intermináveis horas sem sono, mesmo que a cair de um cansaço que quase nos
mata. Nunca nos ensinam a amar
apenas pelo que somos e temos, não procurando desesperadamente pelo que nem
sequer sabemos poder atingir.
O que somos deveria ser bem mais importante do que tudo
o resto, porque foi sendo que alguém nos viu, olhou e sentiu tão dentro,
que tirar-nos passou a ser tarefa impossível. O que somos fará sentido
sempre que o soubermos ser juntos com quem nos prove que até os sucessos
terão um novo sabor se forem partilhados. O
que somos, quando já nos sabemos ler e aceitar, é a escolha certa de quem
nos escolheu, mesmo que não soubesse porque o faria. O que somos, na maioria
das vezes, é apenas a tentativa de não nos falharmos, gorando qualquer
possibilidade de uma felicidade eterna. O
que somos, eu e tu, é TUDO o que
conseguirmos sonhar!
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