Feelme/Às vezes... Tema: Sentimentos! Imagem retirada da internet |
Às vezes confundimos a realidade com a ficção. Às vezes dizemos, ou escrevemos (no meu caso) o que os outros querem e precisam de ouvir e entender. Às vezes deixamo-nos para segundo ou terceiro plano, não porque sejamos menos importantes, mas porque escolhemos não ter que escolher e apenas deixar ir. Às vezes o nosso outro lado, o menos bonito, sobrepõe-se a tudo o resto que nos define e magoamos quem se cruza no nosso caminho.
Nem sempre somos capazes de mostrar o que nos vai dentro, porque dá trabalho, obriga a demasiadas explicações e porque nos fragiliza. Falarmos sobre emoções é o equivalente, para muitos, a andar pelas ruas sem roupa nem sapatos. Chorarmos, mesmo, em vez de sorrirmos para que não nos sejam feitas perguntas, curaria muitas dores, mas escolhemos seguir, de cabeça levantada e de alma caída.
Quantas vezes, por dia, conseguem ser a pessoa que está por dentro, sem máscaras e sem rótulos? Quantas vezes se encontram, convosco, e ouvem, verdadeiramente, o que sentem e desejam?
Quantas vezes se olham no espelho e reconhecem a pessoa que está do outro lado?
Quantas vezes acordam e adormecem a fazer o que gostam?
Fingir. Olhar para o lado. Deturpar a realidade. Insistir no que está errado. Escolher o silêncio e fugir, são os padrões de quem ainda não sabe ao que veio, nem para onde vai. Não sei se lamento por eles, ou se me zango pela cegueira que deveria apenas ser temporária, mas gostava de saber, nem que fosse por um dia, ao que sabe não ter sabor algum. Como se chora sem derramar lágrimas e como se fala quando gritar viria como um bálsamo.
Às vezes acredito que alguns de nós deveriam estar apenas a nascer, porque parecem não estar prontos para se cuidarem e delegam nos outros a responsabilidade que lhes cabe. Às vezes também me apetece desistir de os entender e apenas seguir com a minha vida!
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