Nada parece conseguir tirar-me a dor da desilusão, do engano e da frustração perante a capacidade de alguém que já me disse e foi tanto, me fazer lamentar cada olhar carregado de um amor que parecia nunca ter como terminar. Foram dias e dias com entregas plenas, com risos, sonhos e desejos de uma vida que se mantivesse para além da própria vida, daquela que conheço como terrena, que está aqui neste portal de tempo!
A desilusão nas palavras de quem elas sempre vieram. A verdade que já não se consegue ocultar. A "raiva" por me sentir ainda magoada o suficiente para me voltar a atrever a olhar para um passado que nunca o será totalmente, não quando tudo o que fui e a forma como me construí passou por quem já amei mais do que a mim mesma.
Queria saber de quem me ajudasse a ajudar-me a mim mesma, a arrumar um ontem que chegou até a ser bom, que teve pedaços que me fizeram feliz, mas que teve outros tantos que me tornaram amarga e de armas em riste. Agora tenho ambos os pés atrás. Tenho dores que nem sei como consigo suportar e apenas queria que alguém me ajudasse a entender, a aceitar e a continuar sem lamentar nada. Não queria sentir nada, apenas uma liberdade e tranquilidades que tardam em chegar. Queria que me ensinassem a manter fechada a caixa que me trás recordações que me fazem doer e chorar por dentro de cada vez que me atrevo a espreitá-a e a tentar ver onde já estive. Queria alguém que me mostrasse o caminho certo e eu seguilo-ia.
Nada parece conseguir curar a minha alma magoada. Nada me sossega perante a incapacidade de não me terem conseguido amar como eu merecia realmente. Nada, nem ninguém, me faz entender como é que alguém que me conheceu, menina, preparada para correr o mundo se preciso fosse, nunca tivesse conseguido manter as minhas mãos nas mãos que me tocaram pela primeira vez.
Estou aqui hoje, humilde, a pedir que me ajudem se forem capazes, porque quero conseguir perdoar-me a mim mesma e seguir em frente!
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