Quantos não saberão a letra da mesma música? Quantos não estarão, neste momento, a partilhar a cama e o corpo com alguém deixando sempre a alma de fora? Será que ela perdoa mesmo o que o corpo faz?
Não é possível, nem sustentável, por muito tempo, sem que acabemos a morrer por dentro, ter um corpo que não nos completa. Querer-mos apenas trocar sensações físicas que não se acompanham com o desejo de estar com quem realmente nos poderia dar o prazer que procuramos. Quantas vezes não se força o corpo a chegar até onde ele necessita, porque morreria aos poucos com a falta de toque, mas abafando o grito de um nome diferente? Quantas vezes não sonhamos estar com quem ainda não tivemos e que não nos sai da cabeça, que se implantou em nós e nos impede de continuar a fingir por muito mais tempo? Quantas vezes procuramos no lugar errado pela pessoa certa?
O que o corpo faz a alma e o coração apenas perdoam, se for no tempo e momento que conseguirmos encaixar, como se encaixa, em nós, quem reconhecemos. O que o corpo faz de cada vez que o permitimos, é dividir o prazer que nos passa quem amamos. O que o corpo faz, quando somos capazes de mostrar o que temos dentro, é multiplicar por dois o que apenas um não consegue.
É contigo que quero ter todo o prazer. É o teu nome que quero gritar depois de me sentir completa e satisfeita. É contigo que desejo que o meu corpo não precise de se desculpar pelo que a alma desejou e pelo que o coração pediu. Quero que sejas tu, sempre e de cada vez que me sentir rebentar de desejo. É contigo que serei capaz de ultrapassar qualquer barreira e ser, realmente, eu.
O que o meu corpo faz, apenas pode ser com o teu!
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