Os prazeres podem chegar de diversas formas, e felizmente que não dependem apenas do sol e do céu azul.
Do que sinto falta nestes últimos tempos, devo estar a ficar velhota, é de amigos envoltos em boas conversas, bebidas quentes e nutritivas com muitos risos à mistura. Sou das que trabalha e trabalha, cuida e volta a cuidar, mas que por si mesma faz muito pouco e quando me refiro ao fazer, significa languidez, preguiça, tempo sem tempo, isso ainda não aprendi, e confesso que as 3 crias também não me dão muita margem para manobra. Ok, é discutível!
Tudo é passível de nos proporcionar prazer, dependerá apenas da nossa disposição e capacidade de nos reinventarmos, não nos fixando nas rotinas que matam tudo à sua volta. Eu não sou de todo rotineira, mesmo que tenha actividades que cumpro, religiosamente, mas comigo nunca existe tédio, até porque não sei estar quieta nem calada.
Hoje já me banhei nuns quantos prazeres. Tive os filhotes. Falámos de projectos, de comportamentos, de cedências e de sonhos. Prepararam-me um maravilhoso cappuccino, porque eu não gosto de café, e deixámos que o tempo corresse mais devagar. Fiz um enorme esforço para não ser apenas a mãe, e não debitar conhecimento às pazadas, fui uma ouvinte atenta e larguei, subtilmente, algumas frases que certamente não o abandonarão tão cedo. Não fosse eu a mulher das palavras. Vimos filmes que comentámos e avaliámos e sentimo-nos ainda mais próximos e preparados para nos continuarmos a escudar.
Os prazeres poderão ser tudo o que nos permitirmos saborear, até ao finzinho!
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