Estar sozinho não é igual a sentir-se só, até porque a solidão é um estado interior e dentro de cada um de nós estarão mundos que nem este mundo entende. As pessoas solitárias procuram o que as multidões não oferecem e que é basicamente barulho. As pessoas solitárias são apelidadas de estranhas e difíceis, mas apenas porque não procuram o que alguns parecem precisar, desesperadamente.
Saber estar só acontece, depois de muitos quilómetros de vida percorridos em função do que somos e esperamos. Nada como momentos nossos e em que ninguém nos força a entender o que nunca fará sentido. É um facto que precisamos todos uns dos outros, ou de contrário estaríamos a viver numa ilha e mesmo que essa ideia possa parecer romântica, convém lembrar que na ilha não existe internet, (nesta altura já uns quantos enrugaram o nariz), mas do que não precisamos é de depender dos outros. A solidão é um estado interior que nos liberta, precisamente porque não dependemos de ninguém para usufruir dela. Os silêncios e o luto pelo qual deveremos passar quando o amor passa por nós, mas não fica, é que equilibra o que quase permitimos que se partisse em mil pedaços.
A solidão é um estado interior que deve ser usado para nos aprimorar e preparar para a selva, é que dela apenas saem os que já sabem que chão precisam de pisar. Os outros, bem, os outros sentem-se apenas sós.
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