Posso até já não chorar, mas não consigo evitar preocupar-me com o que são os que parecem ser de alguma forma, para mim. Posso até saber que continuarei a viver se não estiverem, mas quando reconheço, cada um, passam a ter um lugar cativo, nas memórias e nos lugares que criámos juntos e onde certamente mais ninguém esteve. Posso até convencer-me, porque a isso me obrigo, que não teriam o que me faz falta, mas a qualquer momento, quando estiver demasiado distraída ou muito atenta, vou sentir que não é verdade.
Gosto do sabor que me fica de cada uma das almas que se encontram com a minha. Gosto de ter sido capaz de gostar de todas, à minha maneira, porque foi com elas que mudei o menos certo e adaptei o errado. Gosto de recordar o que tinham, diziam, juravam e recusavam. Gosto de tudo e mesmo que tivesse escolhido não ficar com nada, ficou o que importava.
Tudo o que já foi importante poderá sê-lo, ainda, se conseguirmos recordar-nos do quem, quando e onde. Tudo o que já chamámos de nosso, foi-o realmente, pelo tempo possível e a prová-lo o que somos hoje e conseguimos dar.
Posso até já não chamar o teu nome, mas sei qual é, recordo-me de como o usava e que timbre imprimia para que me sentisses em cada sílaba. Posso até já não te poder sentir, mas ainda permaneces. Posso já não sonhar, diariamente, com a forma como me tocavas, mas na minha pele nenhum outro saberá como o fazer tão bem. Posso muita coisa, mas o que não posso, nem quero, é apagar-te de vez!
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