Até a força terá os seus limites e é por isso que sinto que a fonte de onde bebo a minha força, de onde retiro as energias para os percalços, para suportar os desamores, e para aprender a encaixar com paciência a burrice generalizada, a mentalidade cinzenta e o mau carácter, por vezes seca e eu transformo-me num bicho mau.
Não sei onde vou buscar a capacidade para puxar dos galões, bater os pés e mostrar, para quem tende a estar distraído, que sou eu quem mando, comando e decido. A bem, sou um doce de mulher, ui, até pinga mel para o chão, a mal... eu nem teria como explicar por palavras, precisariam que me estar a ver.
Abomino faltas de carácter, a incapacidade de se olhar para o próximo, o usar e abusar dos mais frágeis e é nessas alturas que me transformo. Bem dizia o meu pai que sou enxertada em corno de cabra, por isso cuidado então com as marradas, porque os cornos, no mundo animal, não são exclusividade dos machos e eu acredito que as fêmeas marrem com bem mais força.
Até a força terá os seus limites, mas a sorte de alguns é que a minha fonte se regenera, quem sabe não é da chuva!
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