Na multidão estavam muitos, tantos rostos, pessoas que se cruzaram, que me deixaram para trás e que me olharam de frente, mas não eras tu. Procurei-te na multidão, sem me aperceber, meia consciente apenas de que era de ti que precisava, era a ti que queria ter, misturado com todos os outros, mas o único.
Por vezes não sei o que faço aqui, pareço mecânica, não me reconheço, estou sem estar e quero o que não encontrei em mais ninguém, mas continuo porque parar não é opção. Deixo-me ir, sei que falo, que rio, que oiço e até opino, mas apenas com metade de mim, com a parte que me mantém a funcionar, porque tudo o resto ficou contigo e não parece querer voltar.
Na multidão, junto de todos quantos poderiam até ter o que procuro, mas nenhum se assemelhava ao que és e tens, perfeito, para mim.
Hoje vi rostos semelhantes ao teu. Senti olhares em mim que me pareciam reconhecer. Senti, na nuca, que me fixavam e voltei-me, umas quantas vezes, achando que seria quem procurava, mas não estiveste em nenhum lugar, nunca te vi realmente e voltei como fui, vazia na mesma, eu sem mim dentro!
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