Já me estiveste tão dentro, que respirar se tornava mais difícil do que correr e olha que correr é duro. Já me ocupaste mente, corpo e alma, até que passasse a duvidar de mim mesma, não percebendo onde começava eu, e terminava o que supostamente serias. Já chorei até que as lágrimas secassem e me secassem por dentro e ri com gargalhadas tão sonoras que me julguei tola e descompensada. Já te amei com a intensidade dos condenados, mas acabei cansada de tanto amor mal distribuído...
Falta, mesmo, não sei se fazes, não agora. Não com tanta mudança interna. Não depois de saber que só posso precisar de quem esteja. Não com o cansaço que me assola só por me atrever a espreitar o passado. Não quando já adormeço em paz e acordo confiante. Não por saber, como só eu poderia, que mereço muito mais do que alguma vez deste.
Ainda não fui capaz de avaliar a entrega absurda e desmedida, que votamos a quem nos move o orgão principal, mas da forma errada, trucidando-o e vetando-o ao desespero. Não sei, com certeza absoluta, porque nos tornamos cegos, surdos e demasiado mudos, perante faltas aterradoras. Não entendo a passividade perante os que não se disponibilizam, escolhendo apenas o que lhes serve, e abandonando quem nunca os abandonaria. Nunca terei forma de aceitar tanto desamor.
Falta, mesmo, sei que já não fazes, até porque mataste a parte boa e o que sobrou já não servirá a ninguém!
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