Para ti há sempre tempo, porque o meu corre na tua direcção e o meu tempo só serve e faz sentido se o teu existir. Há sempre tempo para se amar quem nos ama. Há sempre tempo, mesmo que seja reduzido e sem todas as horas que usamos a cada dia. Quem quer, realmente e quem precisa de precisar do outro, arranja sempre tempo.
Tenho tanto que fazer, tantos para cuidar, tanto para decidir, mas se não estás no que decido e se não te encontro no que faço, o meu tempo esvai-se, escapa-se-me das mãos e corre na direcção errada, deixando-me com tão pouco de mim, que fico sem o que me faz falta, sem ti.
Não sei como devo continuar se não ficares, se não estiveres e se não me deres o que tanto pareço precisar. Não me apetece parar, mas sei que preciso de me parar, porque o ponteiro da energia está a descer e o que me mantinha viva, as tuas mãos, o teu olhar e a tua voz, faz-me tanta falta, que nem o tempo parece repôr o que estou a perder.
Não sei como estar sem ti. Não entendo como posso sobreviver à tua ausência, porque és tu que me alimentas e me recordas do que deve ser feito para que o continue a fazer. Não sei, nem quero, recomeçar, tu és a minha âncora, a força de que me alimento para não morrer. Não sei usar o meu tempo quando o teu não existe.
Será que estou a fazer sentido, ou apenas a deixar-me sentir, sem muito que possa ser usado?
Não vou aguentar muito mais, preciso que venhas, que me toques e que me acordes deste sonho que não tem cor, nem lugar, nem sequer personagens.
Muda o tempo, por favor, e ajusta-o para que te tenha outra vez, porque quero voltar lá, ao lugar onde já estávamos os dois!
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