A gravidade trás, supostamente, equilíbrio e firmeza no único lugar onde é suposto estarmos, no chão. A gravidade trabalha sempre para nós, porque nos puxa para baixo e nos impede de subir demasiado rápido, até porque a queda seria bem maior. A gravidade a dobrar, a minha que me carrega e a tua que me impede de andar direita, deveria manter-se longe, para que eu te mantivesse onde preciso, aqui.
Por vezes precisamos de quem nos assegure de que estamos no formato certo. Por vezes, na maioria dos nossos dias, precisamos do que é familiar e seguro porque a linguagem é corrente. Normal, porque é da normalidade que nos alimentamos, mas igualmente movimentado e a revolver-nos num turbilhão de vontade, para que nos mantenhamos vivos. Por vezes não há nada que nos possam dizer para que até nós façamos sentido.
É muito mais o que nos separa, agora, do que alguma vez nos uniu e por isso mesmo deixámos de nos completar. É o lugar de cada um que nos faz querer um lugar diferente. Eu procurei o meu pensando no teu, mas tu procuraste o que nos deixasse mais longe...
Por vezes não sabemos o que importa e talvez por isso nos importemos cada vez menos, sobretudo com quem se poderia rever no que representamos. Por vezes não sabermos o que importa é que nos dá o equilíbrio que a vida nos rouba, mas ainda assim não encontramos o ponto no qual estaríamos equilibradamente felizes. Por vezes não sabermos o que importa simplesmente deixa de importar!
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