Que estranha esta sensação de já não encontrar sentido em nada do que fui quando supostamente não era apenas eu!
As promessas têm a força do momento, dos sentimentos e dos desejos de serem cumpridos, mas no depois, quando o depois acontece, olhamos de forma incrédula para tanta credulidade. Não existe ingenuidade, apenas amor, muito e capaz de mudar até alguns planetas de órbita. Não existe demência, apenas vontade de que tenham a mesma vontade com que acordamos todos os dias e adormecemos ávidos de recomeçar. Não existe burrice natural, mesmo que os apaixonados pareçam envolver-se numa capa invisível de impossibilidades.
Já percebi que é possível "desamar" e deixar de ver estando temporariamente cega, talvez por isso não encontre o fogo que me consumiu quando esperava, em total desespero, pelo que se decidissem dar-me. Já percebi que mudei e que não tenho mais forma de encontrar o que perdi, por isso escolho não me perder para sempre.
Não deixa de ser estranha a sensação de já não me lembrar do que me moveu quando estava quieta, entrega ao que conheço e reconhecendo que apenas meu pragmatismo, mas talvez signifique apenas que o ontem ficou lá, no lugar de onde nada poderá voltar...
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