Há quem atravesse oceanos para procurar respostas sobre amores mudos, surdos e tão cegos, que nem o objecto do dito amor o consegue ver. Há quem encontre e reencontre a sua alma gémea, talvez porque existam muitas, ou tão somente porque teriam simplesmente que desistir de a encontrar. Há quem nunca ache nada no que toca a relações profundas, porque profundidade apenas em águas quentes e também há quem mergulhe, uma e outra vez, sem ter feito o reconhecimento do lugar e arriscando uma profunda "dor de cabeça".
O que nos está reservado será sempre o que formos capazes de desejar, de lutar para ter e da capacidade de manter o que nos serve, até quando esteja a servir muito pouco. Já ninguém deseja o "trabalho" que as relações dão, agora o take-away está no ranking dos desejos maiores, mesmo que nada de grande de lá advenha, comida...
Há quem procure longe o que sempre esteve debaixo do seu nariz, talvez por culpa das máscaras que alteram a visão periférica, esta pelo menos é uma desculpa actual, só não sei qual usavam antes do dito cujo vírus, mas certamente que seria igualmente válida. Há quem escolha não ter ninguém que lhe prove que esteve sempre errado, e escolha os que lá vão acertando na falta de determinação, e interesse, desinteressando rapidamente os que também vivem de forma tão acelerada, que continuam parados. Mas também há quem ainda saiba o que precisa de ser e de fazer para confortavelmente viver cada relação com a entrega que se impõe.
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