27.2.21

Quem é esta Mulher?



Hoje vi a entrevista do Manuel Luís Goucha à Catarina Furtado, na qual lhe perguntou se ela considerava já ser a Mulher que queria ser e não pude deixar de querer refletir sobre a Mulher que me tornei!

Se cada um de nós se cuidasse o bastante para poder cuidar do outro de igual forma, o mundo seria um lugar maravilhoso, tal como o seríamos também nós. Se vivêssemos numa constante necessidade de crescimento interior, a paz chegaria de forma natural e a iluminar o caminho que ainda não está visível.  Se não nos recusássemos o que é nosso por direito, dando-nos o valor que temos que fazer por merecer, porque apenas assim seremos valorizados, a nossa pegada na vida que envolve muitas outras almas, seria inevitavelmente grande e visível. Se estivéssemos mais atentos ao que aparentemente é pequeno, tudo o resto seria verdadeiramente visto.

A Mulher que me tornei vive num inevitável conflito entre o que sente e o que pensa, mas sempre desejosa de encontrar o equilíbrio que me fará servir mais e melhor os que de mim dependem e os que vão surgindo, aqui e ali, por "coincidências do universo". A Mulher que a cada dia respeito mais, porque faço por não me defraudar, dizendo exatamente o que sinto e sentindo tudo o que digo para que faça eventualmente eco nos outros, só que seja mais 1. A Mulher que pretendo que os meus filhos vejam, já reflete a clareza, o bom-senso e o amor que cresce e cresce para lhes entrar na corrente sanguínea e ser replicado, provando-lhes que ser bom e genuíno é possível e uma escolha. A Mulher que começa e termina os dias comigo, é mais segura, mesmo que ainda carregue inseguranças tolas, é mais compreensível, mesmo que escolha não compreender os que disparam sem apelo nem agrado atingindo os próprios pés; é mais sábia, mas nunca recusa aprender com quem ainda não sabe o suficiente sobre emoções e espiritualidade; é mais tolerante perante o que está errado no mundo, e é muito, mas não se acomoda ao ponto de desistir de participar na sua melhoria; aceita o que não pode mudar e muda o que não pode aceitar, mesmo que lhe provoque dores lancinantes e obrigue e mudanças assustadoras. A Mulher que me tornei é inequivocamente melhor do que antes, mas seguramente que ainda tem muita margem para melhoria.


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