O que achas que viste quando olhaste para mim? Quem te pareceu que poderia ser, para ti, depois de tudo o que percebeste que tinha? Até que lugares te permitiste viajar, levando-me para onde não antecipei nem escolhi? Quanto da realidade foste capaz de fantasiar, para que falhasses ver quem na verdade sempre fui?
Será que temos forma de entender o formato do outro, aceitando que não nos encaixamos, mas ainda assim esperando pelo que desejamos que aconteça? Os olhos da alma têm desígnios que o coração segue sem questionar, mas é aí que nos estatelamos ao comprido, ao esperar que a nossa vontade, desejo, ou amor bastem. As diferenças nem sempre nos complementam, na maioria das vezes apenas abrem fossos intransponíveis. As vidas que carregamos, nesta na qual nos cruzamos, são as legendas de todas as histórias que não queremos contar e o som das músicas que apenas soam a quem com elas se identifica.
O que acreditas poder mudar para que também mude, vire e revire até caber na tua vontade? Para que precisas afinal de quem não parece precisar de ti e que se tranquilizou o bastante para já não voltar a depender dum amor para ser feliz?
O que achas que viste quando olhaste para mim e criaste, sozinho, a pessoa que nunca terei forma de ser? Até onde vais permitir que a tua mentira te leve? Quero que saibas que de mim terás apenas a verdade, só tens que te arriscar a perguntar. De quanto tempo mais vais precisar para que pares de te mentir?
Não sei o que viste quando olhaste para mim, mas já eu sei que não vi a pessoa que me serve.
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