9.2.22

Quem acreditaria em nós, se não nós mesmos?



Quem acreditaria que nós, eu e tu, ainda nos permitiríamos sonhar, sentir e viver um amor assim?

Sei que a nossa proximidade emocional consegue colmatar a que nos é imposta geograficamente. Sei que o que temos e toda a vontade que nos envolve até no mais pequeno, basta para que este amor vá bastando e para que o caminho nos seja revelado em cada passada. Sei de tudo o que já aprendi contigo e o quanto o que te ensino faz de ti o parceiro da vida que desejo viver. Sei que lá à frente, quando nos recordarmos do que nos juntou, saberemos o motivo pelo qual continuamos juntos.

Quem acreditaria, para além de nós, de mim que já estava de costas voltadas ao amor, e de ti que ansiavas por me olhar bem dentro dos olhos, provando-me errada, que seríamos as nossas pessoas certas?

O que escolhermos colocar na dianteira, será o que nos levará vida fora, até ao tempo e momento em que se entranhará de forma natural e passará a fazer parte de cada hora. O que dermos de forma altruísta, sem reservas, mas reservando-nos o direito de mudar estratégias, fará com que recebamos tudo de volta. A vontade de mantermos acesas as vontades que não nos cabem moderar, ditará o quanto ficaremos mais ou menos perto de ter razão. A esperança perante a casa que cada um representará para o outro, não importa o lugar, importará para que a nossa coragem nunca nos abandone e representemos, juntos, a fórmula que nunca funcionou enquanto separados. 

Quem acreditaria, alguma vez, que estarmos juntos seria maior do que toda a solidão que quase nos impediu de confiar?

Estou aqui e já não preciso de te procurar. Estás aí e ver-te fez-me reencontrar o melhor de mim. Estamos aqui e assim continuaremos até que os lugares emocionais superem os físicos, pequenos e efémeros. 

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