Quantos finais pode ter um fim anunciado? Quantas vezes teremos que ir e voltar até que já não se vá mais? Que dores nos magoarão tanto, enquanto não soubermos de nós, que magoem quem chegar, acreditando que nos reconheceu? Quando é que teremos que nos parar para que as dúvidas parem e voltemos às certezas que nos acertam o chão?
Nunca terei como te dizer o quanto importaste em mais esta viagem que aparentemente iniciei acompanhada. Não consigo, por mais que tente, sorrir menos a cada uma das minhas certezas e das escolhas de vida que já fizera antes, porque serão as que me assegurarão de que não poderei falhar. Tivemos uns quantos atalhos, muitos dos desejos que desejámos manter e sonhos que vamos ter MESMO que fazer acontecer, não eu contigo e seguramente que não da forma que antecipavas comigo. Nunca tive TANTO de bom para dizer e nunca disse TANTO a alguém de primeira viagem, mas porque me soube tão bem cada segundo de todas as horas partilhadas, vou continuar a guardar, no lugar mais bonito que tiver, o que foste capaz de me dar.
Não tenho medo da solidão, já não, porque nunca duvido do que tenho mesmo que continuar a fazer para que tudo o que me cabe se faça. Não reclamo da vida, NUNCA, abençoo sempre todas as lições e reconheço em cada uma a que me faltava aprender. Não fujo da certeza a cada dia mais provável, de me ver em longas caminhadas que farei, apenas eu, junto ao mar que me regenera a alma, sorrindo por cada um dos segredos que me foram permitidos revelar. A paz que agora me envolve será definitiva e a serenidade que uso servirá, sem qualquer dúvida, aos meus, os únicos amores com que me presentearam, porque a sua grandeza não deixou lugar para mais nenhum outro.
Quantos finais precisei de ter para saber que já tive tudo o que me fazia falta?
0 Comentários