O que havia antes de ti manteve-se. O que já era e sentia quando acreditava que te tinha, aqui continua, porque sou igual a mim mesma e porque no final nada me foi acrescentado.
As palavras, por norma bonitas, que se usam para definir os amores que parecem apenas existir nos romances, levam-nos aos lugares onde ansiámos estar, mas de onde sairemos, rapidamente, se nos atrevermos a acender as luzes, vendo o que na verdade lá existe e com quem nos atrevemos a ir, esquecendo-nos de tudo o que aprendemos. As palavras levam-nas o vento e as sucessivas tempestades que se instalam assim que os atos não as acompanham. As palavras que tão bem uso e que por isso me soam ao que na verdade representam, apenas terão um som diferente se escolher acreditar, e fi-lo, dando à vida a oportunidade de me provar errada. As palavras foram sempre bem proferidas, apenas quis ouvir o que eu mesma diria e disse-o, vezes sem conta, até que também acreditasse que valeria a pena.
O dia no qual me comprometi a dar-te a chance que afinal não merecias, passou a ensombrar-me e mesmo que me diga que de outra forma teria que viver com um SE, nada melhora o fato de estar errada e de o saber. O dia em que te conheci manchou o meu percurso e já nada o poderá reverter, porque a vida é feita do que escolhi não fazer e o preço a pagar será sempre elevado. O dia que até poderia consolidar um verdadeiro caso de estudo, veio com uma lição bem dura, mas da qual nunca me forçarei a esquecer.
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