5.7.23

O que achas que me tiraste?



Tudo o que achas que me tiraste, na realidade foi-te dado, os beijos, os olhares e até as palavras que não ressoavam com os atos. Tudo o que não sentiste, ou falhaste perceber, foi-te mostrado, oferecido e devidamente explicado. Tudo o que escolheste não ser enquanto era e estava inteira para ti, foi-te afinal permitido.

Não existem amores impostos, vendidos ou sequer ensinados. As emoções que carregamos carregam-nos em cada comportamento e é para eles que devemos olhar atentamente, para que saibamos do que sabe quem decide nada querer saber de nós. Não singram os sentimentos que nada sentem, ou que pouco passam quando estamos a querer ficar, por escolha, ou por incapacidade de partir. Não nos representam as palavras que nos deixam a falar sozinhos, porque as respostas não servirão a nenhum e seguramente que acabaremos a usar línguas diferentes. Não existem dores que se transformem em amores para sempre.

Tudo o que me impediste de passar, quando já estava pronta para te amar como só sei fazer, levou-me de volta ao lugar de partida e é lá que permaneço, porque não planeio dar-te o que consideras ser demasiado e porque menos do que tudo, para mim nunca será suficiente. Tudo o que não consegui ter de ti, ser-me-é oferecido por quem me sentir, entender e escolher. 

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