6.3.24

A arte do amor...



Tanta arte que nasce do desamor e da dor, mas tanto amor que morre por falta de engenho e arte. Tanto cansaço que se instala no lugar que deveria ser dedicado à esperança e ao alento, e tantas lágrimas que se evitariam se nos evitássemos sorrir enquanto fingimos. Tanta busca pelo que não nos pertence e tanto tempo desperdiçado a querer pertencer a quem não nos reconhece. Tanta falta de tudo quando já deveríamos ter desistido do nada.

Toma a dianteira no caminho que deverá ser feito por ti e nunca te deixes atrasar pela espera desesperada do que nunca virá, ou o fará fora de tempo. Sê quem apregoas no tempo útil que te cabe e nunca te imponhas para caberes nos lugares que te saberão a muito pouco. Aceita que aceitar é bem mais regenerador e recusa, para que te mantenhas sã, entrar pelas portas traseiras, porque será nelas que te manterás. 

Tanto tempo a deixar apenas o tempo correr e tanta incapacidade de o usar para que o saibamos realmente apreciar. Tanto trabalho que nos damos por insistirmos na estrada sem sentido e tão pouco sentido colocado no que afinal apenas nos diminui e destrata. Tanto ainda para aprender, mesmo que já saibamos o suficiente para ensinar. Tanto espaço mal ocupado e tanto que ainda se mantém livre e desimpedido. 

Toma para ti a responsabilidade de regressares de onde nunca deverias ter ido e evita-te recuos que te afastarão, irremediavelmente, de quem até já estava no mesmo tempo e momento. Toma o poder de volta e volta a amar-te para que possas verdadeiramente ser amada.

Sem comentários:

Enviar um comentário