Sensações...
Sue Amado
agosto 18, 2013
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As nossas reuniões eram sempre à mesma hora, mas ultimamente o escritório andava numa tal agitação, com todos os contratos a serem fechados, que só quando tínhamos alguns minutos conseguíamos, de fugida, acertar estratégias e para mim sobretudo anotar as indicações do meu director comercial. Este dia não estava a ser muito diferente. Consegui agarrar, com algum custo, o meu cappuccino e corri assim que fui chamada, porque havia mais um milhão de assuntos para ultimar. Sentámo-nos à mesa de reuniões, onde já se alinhavam imensos ficheiros e onde o Pedro ia assinando e anotando cada página.
- Estes ficam prontos ainda no período da manhã. Desculpa Ana, eu não me apercebi antes que estás mesmo a precisar de ajuda, isto está cada dia mais caótico, nem sei como aguentas.
- Pois, agora também começo a não dar conta do recado, vou alinhar alguns currículos para que possas escolher.
- Não, não, isso vai ficar contigo, afinal de contas, quem quer que seja trabalhará directamente contigo. Your choice!
De repente, do nada, quando me passava os ficheiros já completos, as minhas feromonas juntaram-se para me atacar, fiquei estática, sentindo o seu cheiro, o perfume que já conhecia mas que nunca antes me atrapalhara, no entanto, agora, entrava-me pelas narinas e punha todo o meu corpo a tremer. Eu sei que já não tenho homem há algum tempo, mas caramba, com esta intensidade?
- O que foi Ana?
- Desculpa Pedro, posso sair um bocado, eu volto depois, mas agora...
Vi como me olhaste, estranho, incrédulo. Estou certa que me conseguias sentir, ver o meu peito que arfava, toda eu estava sem qualquer controle e em desespero.
- O que se está a passar, estás estranha, quase pálida?
- Depois falamos, agora não por favor, eu preciso de ir.
Já me estava a levantar quando senti a sua mão forte que me puxou para baixo e todo o meu ser pareceu flutuar. "What the hell is going on with me"?
- Por favor Pedro.
- Fala comigo, o que estás a sentir, fiz alguma coisa?
- Não, nada, já me passa, basta que vá respirar um pouco.
No entanto não estavas com intenção de me deixar ir, és um homem inteligente e ficaste a saber que eu sabia que tu sabias.
- Eu posso resolver isso, sabes?
- És meu chefe, também sabemos isso os dois. Eu consigo que passe, tenho sido bem sucedida até aqui.
- Porque insistes em ficar assim? És uma mulher maravilhosa, um mulherão, não tem que passar disto, eu cuido de ti, deixa que o faça desta vez e depois decides se queres continuar.
Aceitei e pela primeira vez, em mais de um ano, senti-me de novo mulher, dei-me e recebi do Pedro o que precisava e me estava a enlouquecer aos poucos. Foi bom, muito bom. Não sei se vamos continuar, ou se ficamos por aqui, mas valeu por tudo o que consegui dar ao meu corpo que já gritava de desejo incontrolado.
Foi sexo, puro e duro. Desta vez!