Não, de todo!
Sue Amado
setembro 02, 2014
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Consegui ver em ti o que nem tu mesmo sabes que tens e o que vi não foi o fogo de artifício, não foi o barulho, não foi o menino a querer provar que é homem, foi a ti, todo. Não me enganei, mas por vezes a realidade supera-nos, e o que aconteceu foi tão simplesmente a tua incapacidade de veres para além do hoje, o não saberes esperar, ouvir e entender. Até a noite tem que esperar que as horas do dia terminem para que possa brilhar e é assim com tudo o resto na vida.
Sinto falta de ti, da tua voz, da pessoa que vi e que sonhei. Sinto falta de ti, mas não vou esperar, tal como pediste por escrito, terminando por mensagem o que a tua imaturidade te impediu de fazer com os sons que até sabes usar, mas só para o que dominas, para o que acreditas ser certo, para o que não pretendes que se questione. Meu querido, a verdade é que eu fui tua sim, sem interesses, porque de ti não poderia haver nenhum, sejamos honestos. Desejei tão somente tempo com qualidade, entrega, verdade em todas as palavras que se deitaram pela janela. Quis-te a ti, tanto já, que não vou fugir do que senti, não vou usar frases feitas, à medida dos que não sabem amar e nunca se sentiram verdadeiramente amados. Não menosprezes, não magoes, não desvalorizes, porque o que tiveste de mim, fui EU inteira.
Quando voltares a ter, diante de ti, quem que se mostre, quem te queira, quem te sonhe e acredite poder caminhar ao teu lado, não faças silêncios, grita se tiver que ser, mas dá na proporção do que receberes, porque só assim terás realmente algo com sentido.
De quem te esperou o tempo possível!