11.2.15

Estou, mas apenas metade de mim!

fevereiro 11, 2015 0 Comments


Estou, mas apenas metade de mim, a parte que já não controlo, porque a que deixou de me obedecer já partiu, viajou há algum tempo, para fora de um corpo do qual recusa fazer parte...

Já nem eu mesma me quero, não me reconheço, não consigo que a minha alma sossegue, não sei como a trazer de volta. No meu mundo, antes de ti, eu sabia para onde tudo girava, sabia como arrumar cada emoção, entendia a linguagem e entendia-me a mim. Agora, aqui, continua apenas a parte que me permite funcionar, que me permite sorrisos mecânicos, que cada uma das minhas obrigações surja, como que por milagre, porque nem pareço ser eu a realizá-las, e quando sou eu, nada de mim está lá dentro. Estou tão vazia que parei de entender as piadas, apenas reajo quando me olham, surpreendidos com a minha quietude e eu me escudo numa constipação que não passa.

Hoje forcei-me a levantar, gritei e implorei ao meu corpo que reagisse, que me pusesse a mexer, um pé depois do outro, que me trouxesse até aqui para me limpar do que acumulei em mais uma noite que se arrastou, que me deu mais do mesmo e que me impediu de pousar a cabeça e apenas adormecer.

Preciso de parar, preciso que a dor saia, preciso de me limpar, de voltar ao ponto de onde comecei e no qual sabia exactamente para onde ir. Preciso de não pensar, de deixar de querer entender, preciso de aceitar.

Estou aqui a tentar convencer-me que tenho que voltar, que me faço falta, que tenho a energia que me parece ter fugido, mas que continua em mim e comigo e só tenho que a tocar para que volte.
Estou aqui, não consigo muito mais do que faço neste momento, mas sei que terei que estar sempre, para mim e para os que, no resto da minha vida, também estarão para me fazerem levantar, mesmo que sem mãos, mesmo que não saibam do que padeço.

Sei que a minha alegria lhes faz falta, que a forma como dançava, livre e determinada, lhes sossegava o espírito e mostrava que controlava cada pedaço dos nossos dias.
Sei que se não voltar depressa, o ar ficará pesado no nosso refúgio e que sou eu o motor que os move a todos.
 Sei que me amam o suficiente para me oferecerem o sol de novo e que eu vou precisar apenas de o aceitar e de entender que não posso cair, não devo, não tenho o direito.
Sei que estou aqui, agora, assim, mas que amanhã já será menos difícil, terá que ser, sou eu que me estou a dizer a mim mesma, a prometer, e eu cumpro sempre o que me prometo!

9.2.15

Quem é esta mulher?

fevereiro 09, 2015 0 Comments






Quem é esta mulher? Quem sou afinal e porque espero e desejo sempre demasiado de mim? Não sei relaxar, nem quando danço e abandono o meu corpo aos sons, nem aí deixo de me visualizar como quero ser, porque acredito que se não o fizer não restará mais nada meu. Convicções, sim, são importantes, tal como as cedências e a capacidade de aceitar os outros da forma como se construíram, porque mesmo que para mim não seja a melhor, é a que as compõem e foi assim que chegaram até a mim e ficaram. Se ao menos não fosse tão exigente e conseguisse ver para além de mim, mas acabo a achar que se o fiz, se o consegui, também o conseguirão os restantes mortais e que se não o fazem, é porque consideram não ser importante, não o sendo eu também afinal.

Se me perguntarem se também amo assim, de forma exigente e com entrega total, a resposta só poderá ser um SIM redondo, porque não há outra forma, não agora, não nesta altura da minha vida. Consigo olhar para cada tijolo em cada casa, até para os que ficaram cobertos de tinta, simplesmente porque continuam lá, foram a base,« e permitem a estabilidade, o erguer de espaços povoados por quem carrega sonhos, desilusões, choros e penas bem pesadas. Agora sou a sensibilidade na extremidade de cada pedaço meu, sou a que se arrepia com um olhar. A que quer ser vista por dentro. A que caminha atenta e já levanta a cabeça para olhar cada ser que se cruza no seu caminho. 

Não sei muito bem quem é esta mulher, mas começo a gostar do que oferece e apenas desejo que me gostem de volta com a mesma vontade e capacidade de absorver este mundo como ele é, com tudo o que nos dificulta os dias, mas que também nos borrifa com pedacinhos de uma felicidade que apenas os humanos têm capacidade de sentir.

Quem sabe um dia já não terei todas as respostas e do meu lado estará quem me tenha ajudado a chegar até elas de forma natural, porque se atreveu permitir-me partilhar tudo o que sei, tudo o que quero que sintamos ambos e tudo o que nos levará até ao final do nosso futuro. Quem sabe um dia não vos contarei que já posso apenas cuidar dos vossos amores, porque o meu chegou e instalou-se. Quem sabe...


8.2.15

SOL!

fevereiro 08, 2015 0 Comments



Hoje entrou-me, bem dentro e restaurou alguns pedaços, os que já se começavam a cansar de me sentir assim, down, com pena de mim!

Estou bem junto a ele, agora, a conseguir que o meu sorriso chegue, dominador e seguro, porque acordei com o corpo preparado e com a alma ansiosa por fazer o que me trará de volta, por sair altiva a perceber que foi apenas um percalço, que sou muito mais do que mostro e que é a minha força, a que tanto me custou a cimentar, que virá de novo ao de cimo para me certificar de que posso, de que consigo e de que chego lá...

Não quero apagar nada, mesmo que ache que não tive o controle, de mim, porque também me reservo o direito de errar e assim mesmo continuar, e quem sabe dar-me melhor na próxima.

Já me pus de pé, agradeci por tudo o que sou e tenho, afastei os cabelos da cara e percebi que afinal tinha sorrido todo este tempo!


Pedro Chagas Freitas

fevereiro 08, 2015 0 Comments



Não me senti NADA defraudada, porque recebi TUDO o que estava à espera desta sessão de autógrafos, o Pedro é um homem fantástico, terra à terra, que me conseguiu passar, e certamente que ao restante público, muitos por sinal, o que foi surpreendente pelo facto de estarmos num sábado, e numa noite bem fria, as emoções de que se arma para nos oferecer sons em forma de palavras.

Escreve por prazer, o que quer, como quer e sem se preocupar com rótulos. Acredito que será a combinação de tudo isto que faz dos seus livros um sucesso e a este em particular, porque vem pôr a nu a capacidade que afinal todos ainda vamos tendo, homens e mulheres, de dizer o que sentimos, de passar o que nos vai dentro, de projectar no outro o que o fará feliz, porque só assim se poderá ser feliz de volta.

Quem não conhece, procure, quem nunca leu, renda-se, quem já sabe do que falo, certamente que concordou comigo.

O meu enorme aplauso a um escritor de emoções, de qualidade, português e pasmem-se, homem!

3.2.15

Em dias de chuva...

fevereiro 03, 2015 0 Comments



Em dias de chuva fico  insuportável e a precisar de colo mais do que o habitual, mas esta porra do Universo tem coisas engraçadas e acabo eu a dar colo ao mundo inteiro!

Só me apetece esgueirar-me para um lugar com milhares de livros, para os poder tocar, um a um, cheirando-os e passando as páginas, tentando descortinar as histórias. Acho que desta forma tudo o resto ficaria para trás, entraria bem dentro de lugares diferentes do meu, com personagens que não conheço e quase que me restauraria a mim mesma. Eu e as palavras!

O que me vale é que não posso simplesmente deitar-me e adormecer, tenho que cuidar de quem realmente depende de mim e é por isso que nunca baixo os braços, mas os dias cinzentos, a chuva e o frio, enregelam-me por dentro, deixam-me mais céptica e amarga. Torno-me mais sensível e choro com facilidade, mas não é o TPM, é mau feitio mesmo e falta de sol.

Como nem tudo é mau, beneficiam os meus, torno-me mais mãe ainda e transformo a nossa casa no lugar para onde lhes apetece mesmo voltar. Eles sabem que valerá a pena, terão calor, cheiros e a mim, mais disponível.

2.2.15

Quanto tempo ainda?

fevereiro 02, 2015 0 Comments


Sim, é difícil estar assim, sem parceiro, homem, macho e por consequência sem SEXO!

Sou mulher e depois? Também tenho necessidades, cuido de umas quantas, mas não há nada que chegue a um corpo, não só ao calor, mas ao peso, ao cheiro, aos sons e aos movimentos. Nem sei porque estou a falar sobre isto, afinal só me deixa ainda pior. Não me quero ver aos gritos, rua fora, a implorar por uma sessão tórrida de sexo, acho que até já dispensava o "tórrido". Está mau mesmo!

Agora falando a sério. Será que as mulheres podem falar abertamente sobre necessidades tão elementares como o sexo, sem caírem no risco de serem julgadas? Entre elas, talvez seja algo pacífico, agora para o mundo em geral já não me parece. Dores de cabeça até que podemos ter, cansaço e falta de desejo também, mas vontade, necessidade, isso é que nem pensar, não é natural. DIZ QUEM?

Prometo que não vou gritar, nem ir a correr aceitar o primeiro que me aparecer, estou controlada e ainda me aguento, um pouco mais, por enquanto!

1.2.15

Quando me beijas...

fevereiro 01, 2015 0 Comments


Quando me beijas não são apenas lábios, nem bocas que se juntam, somos nós e a nossa essência, é tudo o que sentimos e conseguimos passar, com um calor anormal e com uma vontade que não se gasta, desejando ficar colados um no outro até que não seja possível sequer respirar. Quando me beijas és tu outra vez, como o foste quando te conheci, quando me deixei arrepiar e te senti de uma forma que nem eu consigo pôr em palavras. Nesses momentos reconheço-te, não precisas de te explicar, nem de te mostrar por dentro porque eu entendo. Quando me beijas, juntamos os corpos e acabo a  perceber de que forma sentes a minha falta, por isso arrumo todas as armas, encostando-me tanto que quase me misturo em ti e quase que vejo cada pensamento teu fluir, sentindo o teu sentir e sonhando cada um dos teus sonhos, sobretudo o que te trouxe até a mim.


Se te pudesse beijar agora, afastaria todos os receios, dando-te o que sei que precisas para continuares no meu percurso, e não permitindo que penses sequer desistir de mim,  porque se o fizeres estarás a ser menos tu e já nem os teus beijos serão iguais. Sei que és meu quando me beijas e é isso que me faz amar-te assim!