Pareces estar a ver-me pela primeira vez. O teu olhar está bem dentro de mim, mas ao mesmo tempo tão distante. O teu medo, aquele que faz ampliar o meu, de me perderes, assusta-me, mas passa-me a certeza de que é comigo, ao meu lado e no meu futuro que te queres manter.
As noites são cada vez mais longas quando não estás, quando não estamos um no outro. As noites, aquelas nas quais não me sentes, não fisicamente, levam-nos a arrastar as dúvidas e a desejar, mais ainda, que possam ter-nos aos dois sempre e para sempre. As noites em que me mostras, sem quaisquer máscaras, que sou a mulher que te deixa mais homem, têm um luar diferente, mesmo que sem lua. Este amor tem um formato que nenhuma forma entende. Este amor parece ter sido desenhado comigo e contigo. Este amor é aquele pelo qual esperámos, noites e dias a fio. Este amor, o nosso, é o que vamos manter mesmo e até que olhar seja apenas o que nos resta.
Seria louca se te deixasse ir. Serias inconsequente se não me mantivesses perto, tão perto quanto te sinto agora, sentindo o teu respirar que se mistura com o meu.
Ver-me mesmo hoje mais do que antes, é o que estás a fazer, talvez para que te consiga verde volta!
Incrível já são3,000 posts em 4 anos de aventura literária. Davam uns quantos livros, se me faltasse a inspiração!
Nunca sei muito bem sobre o que vou escrever. Nunca planeio nada, até que me sente e olhe para o ecrã do meu computador. Nunca espero nada, porque eventualmente algo acabará por chegar e ficar. O que alguns falham entender, na maioria das vezes, é que não sou só EU no que escrevo, nem sou sempre EU no que escrevo. Sou escritora, ou autora como preferirem e por consequência fantasio, crio e invento. As palavras, essas, terão SEMPRE o meu cunho e formato, o que levará a interpretações personalizadas. Pensem assim, quando estão a ler um romance de um qualquer autor (não vou aqui publicitar nenhum), focam-se na história, no enredo e nas personagens, não em quem escreveu, achando que estará a retratar experiências pessoais. Assim sou eu. Quando escrevo debito palavras e sentimentos que poderão até ser comum a outros e certamente que são, mas que não passam por mim. Imaginem se vivesse tantas vidas quantas as que retrato. CARAMBA!
Que venham mais 3,000. Que não me pare e consiga manter-me fiel a mim e ao que sinto. Que vocês, cada um dos que me lê, continue a acompanhar-me, incentivando-me a dar-vos o que afinal até consegue mudar alguma coisa. As palavras têm poder e é com elas e por elas que movemos céu e terra. Amamos desenfreadamente. Desistimos de nós e dos outros, chorando até secarmos por dentro. As palavras têm sons que mais nada consegue. As palavras forçam-nos a mover, a continuar. As palavras, no meu caso, é o que vos posso oferecer, esperando que de alguma forma vos enriqueça.
Sei que és tu que cuidas de mim como se
de um jardim se tratasse. Sei que me alimentas e mimas de forma delicada, mas tão
determinado que me limito a florescer, conquistando todas as cores que nos
mudam os dias e ampliam o desejo de ficarmos como estamos, juntos, nesta vida
e nas que se seguirão. Sei,
porque passei a senti-lo tão forte, que negá-lo seria negar-me que tu és quem
reconheci e que por ti iria até ao inferno, regressando mesmo que tentassem
impedir-me. Sei, soube sempre que apenas alguém como tu se encaixaria em alguém como eu.
Preciso
de tão pouco desde que te tenho. Sou tão mais mulher, de cada vez que te
olho. Passei a entender, com tanta clareza, do que falamos, assim que a tua
pele roçou a minha. Sou, afinal, tão capaz de me deixar ir, cuidar e amar, que
ser quem sou passou a ampliar o que sinto por ti.
És de quem preciso ao acordar quando me
começo a abrir para o mundo, e ao deitar quando o mundo volta a ser apenas tu.
És quem escolhi, porque és da cor que as minhas cores reflectem. És quem me mantém muito para além dos meses que já não preciso de contar, porque finalmente chegaste.
Os teus dias meus amor, são todos aqueles em que o homem a quem fazes feliz te vê
acordar, determinada, forte e de um sorriso que ninguém arranca, mas que para
mim é diferente, mais natural e tão real que nunca me atrevo a duvidar por um
segundo que não seja do amor que me tens e terás. Sempre te conheci em
controlo de ti, de nós, da forma como a nossa vida deverá ser vivida, usando
tudo o que és e que aprendi a ver e a entender. Sempre te tive como uma mulher, a única que me saberia liderar,
levando-me para onde vou sempre de mansinho, obedecendo ao teu olhar e ao
toque que me arrepia porque sei que me pertences.
Existirá
um dia para os esquecidos, para os que se recusam ver quem lhes povoa os sonhos
que ainda arriscam sonhar acordados. Mas eu uso-o apenas e só para te mimar
mais um pouco, para te acordar, sim, porque neste dia, no teu e o de todas as
mulheres que vão mudando, de forma inteligente e quase indelével, o mundo no
qual quero continuar a viver, sou eu que te acordo, não com flores, não com
presentes, porque desses vou-te enchendo, sempre, mas com tudo o que te deixa
mais tu, mais bonita e mais para mim.
Acordo-te
para te dar um banho, para te lavar, não do amor que temos, mas da noite na
qual nos amámos mais ainda. Acordo-te
para te perfumar, ajudar a vestir, e oferecer o sumo que dizes só eu saber
fazer. Acordo-te para te lembrar,
mais uma vez, que tens o que me esforço para manter e que no teu dia, aquele
que te recusas festejar com outras mulheres, aquele em que dizes ser ainda mais
importante que eu esteja por perto, porque como homem deverei saber como
propagar tudo o que me vens ensinando, pareces precisar ainda mais de mim.
Não quero prosseguir sem ti. Não sei como o fazer por isso escolho não parar de tentar. Sei que te dei o meu melhor, mas também sei que tenho mais e que consigo ainda encontrar outra forma de nos mantermos assim, eu e tu, juntos.
Não quero as dores que me trespassam a pele e a carne quando te imagino longe, distante do mundo que passei a imaginar contigo. Não quero parar de te querer, quero deixar para trás o que não funcionar para nós. Quero que a vida se mantenha acesa, em movimento, capaz de nos surpreender e fazer sorrir. Quero o som da tua voz, o toque suave da tua pele e os beijos, longos e meus, quando os recebo. Quero querer-te assim e mais ainda, provando-te que és tu e que tens o que me faz falta. Não paro. Não desisto. Não me escondo, não agora, porque deixou de ser possível.
Quando nos ouvimos. De cada vez que falamos, mesmo que dos outros, sentimos que estamos um para o outro e que se nos reencontrámos, então iremos manter-nos. Quando falamos com as vozes que o outro reconhece, tudo parece ficar no lugar certo, mesmo que não esteja. Quando, nos poucos silêncios, o nosso respirar se reencontra, fazemos sentido. Quando estamos, tudo o resto deixa de contar, mesmo que conte.
Não paro de tentar, não consigo parar de te ter. Não vou parar de tentar até que peças e assim mesmo terá que ser muito, com todas as tuas forças, para que acredite.
O amor e a falta dele, transforma-nos para melhor e para pior. Somos o reflexo de tudo o que construímos e do muito que nos faltar, para entendermos que apenas teremos o que formos capazes de doar.