Nunca me pergunto porque és tu. Nunca questiono os meus sentimentos e nunca sinto necessidade de entender o que quer que seja, porque já entendi, desde o momento em que te toquei, que te amava porque eras tu. Por vezes é difícil provar-te que o que falo e digo sentir é mesmo por seres tu e por estares onde me fazes falta, comigo. Por vezes queria apenas que me visses como sou por dentro e que por sê-lo desta forma só poderia amar um homem como tu. Tens o toque que o meu corpo aceita. Tens o olhar que me olha numa entrega que me arrepia. Sabes usar as palavras comigo e mesmo que por vezes sejas distante e inseguro como um menino, apenas fazes com que te ame ainda mais.
Amo-te porque és tu.Porque chegaste na hora certa, quando o meu coração estava livre, resolvido e pronto para um amor que sabia existir para além dos filmes e dos romances que escrevo. Amo-te desde que te ouvi, no minuto seguinte o teu timbre entrou tão dentro que passei a ter um medo irracional de te perder antes de te ter. Amo cada ruga, cada sinal e todas as marcas emocionais. Amo a meiguice, os mimos e o cuidado com o que desejo e sinto. Amo-te porque és tu e não me pergunto, não sempre, porque o consigo fazer assim. Quero manter esta sensação de que ficaremos sempre e para sempre e que apenas nós seremos capazes de nos derrotar. Amo-te, amor da minha vida, pelo tempo que conseguires ser amado, durante todos os minutos de que são feitas as horas que passo contigo, no corpo e na mente. Amo-te até rebentar de um amor que já não considero ser em excesso, até porque sei estar a amar na medida certa. Amo-te sem te comparar a ninguém, mas comparando tudo o que consegues fazer acontecer, até o menos bom, porque apenas assim me chegam as certezas. Nunca nada é sempre bem feito e nunca nada será tão errado que não se possa mudar.
Amo-te porque és tu e só tens que me amar de volta para que não tenhamos que nos voltar a explicar!
Todos os lugares têm um lugar próprio, um propósito, um ar que apenas nós respiramos e um olhar que mais ninguém confronta, porque não vê da mesma maneira. Cada vida transporta muitas vidas que os outros não acompanharam e por isso não terão como seguir, nem como reconhecer os caminhos!
Existem formas distintas de encarar o mesmo problema. Existem dores de alma, sentimentos de culpa, ou de devoção, que impedem alguns de apenas serem, de terem uma voz, de dizerem, em qualquer momento, nem que seja por um segundo, o que querem e como querem.
Cada vez mais acredito no amor incondicional, aquele que se dá para que o outro tenha o que o fazer crescer, ser feliz e continuar. Cada vez mais abomino o egoísmo camuflado de altruísmo, porque não se pode partidarizar os sentimentos, olhando apenas para um dos lados e ignorando todos os outros. Cada vez mais percebo que estamos numa sociedade de "embora lá", quando for para a farra corriqueira e imediata, mas do "desenrasca-te", ou pior ainda, "lamento por ti", sempre que parar e decidir se imponha. Cada vez vejo mais desperdícios, lamentos constantes e pesos tão pesados que ninguém os carrega. Cada vez mais encontro quem não se quer deixar ver e quem precisa de se mostrar ao mundo com medo de ser esquecido.
Mas sabem o que não vejo? Verdade! Entrega! Mãos abertas e corações limpos! Toda a gente foge de toda a gente e toda a gente procura estar onde está gente, para não ter que se explicar. Vão seguindo mansos como ovelhas, as mesmas que se imobilizam perante o fogo e morrem sem sequer tentar sobreviver.
Que mundo é este que cada vez é menos mundo, que se entrega em risos quando chora por dentro e que se recusa rir quando existem mesmo motivos para o fazer? Já o quis mudar, já quis tentar ensinar outros caminhos, novas escolhas, mas hoje e neste momento, a esta precisa hora, desisti de tentar.
O amor e a falta dele, transforma-nos para melhor e para pior. Somos o reflexo de tudo o que construímos e do muito que nos faltar, para entendermos que apenas teremos o que formos capazes de doar.