Nem sempre o que planeamos acontece como desejávamos. Por vezes sentimos que os recuos são inevitáveis e que os ajustes terão que acontecer, mais cedo ou mais tarde. Eles acontecem se formos capazes de nos direccionar, saindo do ponto em que nos fixámos, erradamente. Ir e vir, escolher e decidir, continuar e parar, ao mesmo tempo ou em tempos que se atropelam, percebendo que para sermos parte da vida de alguém, teremos que saber encaixar a nossa, primeiro, é uma aprendizagem.
Diz-se de forma comum que as bagagens estão a tornar-se cada dia mais pesadas. Alguns arrastam-nas e querem vê-las pousadas no chão seguro mais próximo, sentindo que alguém os ajuda pelo menos alguns metros. Já outros recusam transportar o que quer que seja, entendendo que lhes caberá, sozinhos, tirar o que estiver a mais.
Avanços, o desejo de que aconteçam começa por ser grande e cheio de esperança, mas rapidamente percebemos que não temos o poder todo e que sozinhos, mesmo que achemos que bastaremos, a realidade prova-se outra e bem diferente.
Estar em pé e permanecer assim, até quando cair seja inevitável, é cada dia mais difícil, forçando-nos a um equilíbrio que não temos, porque não sabemos tudo. Manter a vontade, intacta, sem o desgaste que nos desgastará, inevitavelmente, não cedendo e construindo a cumplicidade que nos segurará, um ao outro, torna-se uma tarefa demasiado penosa para muitos.
Ainda vou sendo surpreendida por casos bem-sucedidos, com gente que começou, caminhou, persistiu e venceu, mas que percebem não estar nada concluído e mantendo-se fiéis ao que os fez começar.
Que não se desista dos avanços e que os ajustes mais difíceis não sirvam desculpa para os sucessivos recuos, os que sempre virão até que parar deixe de ser sequer pensado. Que se mantenham os sonhos, até quando dormir se torne tarefa de gigantes. Que o amor prevaleça e o amanhã seja o resultado de um hoje bem construído.
Jesus I am really feeling alone, again, once more. It should be familiar by now, but I tend to believe that one day, from somewhere, someone will come and take away this feeling...
I don´t remember saying, ever, that I would like to be and stay alone. We usually get what we have asked for, so where is the logic of all this? If I may ask. Ok, it is not easy to deal with me, it is often a battle, because of what I want and know that I need, but even so, isn´t anyone out there, strong enough to handle me?
I am not complaining, if it sounds like it, I am just saying, once again, that I don´t want to be alone, not for the rest of my best days, and they are all out there. We all need to share the laughter, the accomplishments and faults. We need to know, for sure, that when the day comes, the one where we feel like breaking, a hand will show from the right place, with the right person. We need to have the shoulder, the eyes that can really look, at us. We need, and so do I, the half which will complete mine.
I refuse, for now, to accept a condition, a reality, because it cannot be mine, but I wish I didn´t have to feel alone, because it would mean I wasn´t...
O namoro. Aquele ponto e lugar onde todos aterramos um dia. Ele vem habitualmente de modo descontraído, com as borboletas não apenas no estômago, mas a passearem-se por cada parte de um corpo que deseja ser sentido e tocado. Namorar nos dias hoje não se parece nem remotamente com o que conhecíamos, num passado que parece cada dia bem longínquo. O namoro é o momento em que se usufrui sem pensar, nem esperar demasiado, mas à espera de tudo. O namoro antecede o que se quer permanente e deve ser usado para limar arestas, para saber do outro, do que o completa e move. O namoro é recheado de momentos tolos, de palavras que se atropelam e das quais não parecemos cansar-nos. É aqui que chegam as promessas de não magoar e de não querer, em nenhum momento, que nos magoem. Passa pela nossa entrega desmedida, pelo sorriso que não nos sai dos lábios e por todos os beijos com que nos lambuzamos.
Quantas vezes namorámos verdadeiramente, deixando-nos apenas levar? Teremos que o fazer até que pare de fazer sentido, tal como não faz sentido amar, fazer amor, desejar e fazer planos. Pois, parece que afinal não é possível. Tudo o que se torna demasiado sério, calculado e desprovido de espontaneidade, arruína com qualquer pedaço de namoro genuíno. Abaixo os namoros com instruções. Abaixo os que nunca conseguem sentir sem questionar. Abaixo os que já nem se lembram de como se namora ao luar, de mãos dadas, sem palavras em silêncios cúmplices, procurando lugares que lhes pertençam por inteiro e que mais ninguém ocupa. Abaixo os que desistem depressa demais.
O namoro é o que já quase não conseguimos incluir, porque deixámos de o levar a sério, demos-lhe uma classificação que o classifica erradamente. O namoro é quase a fonte da eterna juventude, porque com ele tornamo-nos crentes outra vez.
Namore-se, não importa a que velocidade. Namorem-se. Usem e abusem do que nunca poderá voltar se não o deixarem apoderar-se mesmo de vocês. Deixem-se enamorar com o prazer do namoro e sintam mais vezes sentindo-se, porque pensar pode sempre ser feito com tudo o resto!
Muito de tudo. Que venha até porque já começa a fazer-me falta!
Quero muito de tudo e daquilo que já consegui planear. Quero muito, mesmo muito, porque sou "isto", um ser que se contrói e reconstrói dentro de cada um dos desejos que amealha. A minha inquietude tem um propósito e a minha capacidade de me adaptar acrescenta-me mais força e mais planos, os que fervilham até quase me queimarem.
Ando com saudades de mim, da mulher que acorda cheia de uma energia que me contagia e força a mais. Tenho ganas de trazer os meus planos de volta e de terminar os dias mais confiante, sabendo que percorri todos os items da lista. Eu e ela, a que por vezes não reconheço, até quando sei porque quer, assim e não de outra forma. Eu, consigo alegrar-me com a minha alegria e saborear, sozinha, cada ideia, por mais incrível e assustadora que me possa parecer. Eu acredito em tudo o que visualizo e sei que apenas tenho que me focar para conseguir, muito, de tudo. Eu e eu mesma, metade da outra meia, sabemos como nos conjugar, segurando-nos, uma e outra, quando alguma enfraquecer.
Se pudesse apaixonar-me por mim, teríamos um amor duradouro, agitado e tranquilo, mas determinado. Gosto de quem sou, até das partes que vão enlouquecendo a metade mais focada e tranquila de mim. Gosto de ser capaz de virar e revirar o mundo, este onde vivo, para não me ver apenas a sobreviver. Gosto de me encontrar, sempre que me perco de mim, repondo cada fio de energia e confiança. Gosto de mim é um facto, mas também sei como me ver de olhar crítico e determinado. Gosto da forma como amo, com a entrega dos condenados, assustando os visados, mas deixando-lhes o sabor que nunca mais voltarão a experimentar. Gosto de muito, de tudo e é mesmo tudo o que quero e sei que vou ter!
O amor e a falta dele, transforma-nos para melhor e para pior. Somos o reflexo de tudo o que construímos e do muito que nos faltar, para entendermos que apenas teremos o que formos capazes de doar.