Nas minhas noites estás tu, mais vivo e presente do que nunca. Estás no meu corpo, na voz que me fica no ouvido, nas palavras que trocamos e que acabo a recordar, a analisar e a sentir, como se fossem ditas, aqui, do meu lado. Nas minhas noites deixou de estar a dor, a incapacidade de saber de ti, de dar o primeiro passo. Nas minhas noites o medo de que não estejas, para mim, deixa de existir.
Nas minhas noites está o corpo que me completa, que mexe com o meu, que sabe o que fazer para que vá querendo sempre mais e para que te deseje de igual forma.
Já sei com quem adormeço e volto a acordar, agora é tudo tranquilo, mesmo que fique inquieta com a vontade de ti a cada minuto. Já sei o que esperar mesmo que não me saibas saciar, porque não me canso de te ter, agora eu passo por ti e apenas contigo sei o que consigo fazer e até onde ir. As minhas noites já não frias, com a escuridão que me envolvia impedindo-me de ver até o que sei e o que quero. As noites contigo mudaram tudo, deixaram-me a saber pelo que espero e de que forma virá. Nas minhas noites contigo, sou bem mais eu. Sou o que conheço e até me rio do prazer que me dou a mim mesma, porque te reconheço, porque continuo a querer-te da mesma maneira, mesmo que mais um pouco que ontem.
Nas minhas noites já não falta ninguém, estou eu, estás tu e estamos nós. Nas minhas noites volto a acreditar em milagres e eles acabam, de alguma forma, por acontecer.
As minhas noites bastam, agora, para que não deixe de acreditar nem em ti, nem em mim!
Os recomeços deixam-nos sempre em ponto de rebuçado, com vontade de correr o mundo e de saltar qualquer obstáculo!
O positivismo também se aprende, e no processo devemos procurar sempre o lado mais azul, recusando qualquer negatividade gratuita. É bom querer, é bom sonhar e imaginar ao nosso lado quem nos ajude na caminhada. Acordar com um nome, saber que ao longo do dia, nos dias que nos compõem, estará a pessoa que chegou até nós sem bater, mas a quem deixámos entrar, é motivo mais do que válido para ser e estar feliz.
A vida pode ser descomplicada se o fizermos também nós. Aprender a entender quem amamos, ouvindo-o verdadeiramente sem procurar outros sons nas palavras, aligeira tudo e sossega-nos a alma. Eu sei que é um percurso e que não estaremos todos no mesmo ponto, mas podemos sempre chegar, procurar e prepararmo-nos para novos recomeços.
Todos os anos novos carregam a sensação de uma vida nova, pelo menos da possibilidade de a conquistar. A cada ano novo devemos querer começar pelo início, arrumando tudo o que ficou fora da ordem natural, aquela que nos impele a continuar e a manter o que só pode ficar, mas desarredando o que não serve.
Os recomeços são bolhas cheias de oxigénio e sem eles não teremos forma de viver. Os recomeços são a certeza de que podemos, sempre e outra vez, refazer e reconstruir. Os recomeços, por si só, deixam-nos de sorriso aberto e de olhar brilhante, porque cada um carrega o que somos, o que sonhamos e aquilo de que não podemos abdicar.
Permitam-se recomeçar, a cada dia, todos os dias. Não se parem, mesmo que outros o tentem e saibam quem são e o que fazem aqui. Não procurem ninguém, nem se apressem, porque de mansinho, ou de rompante, a trote ou a galope, chegará quem vos estiver destinado.
Em cada recomeço estarão também vocês. Em cada recomeço a promessa que deixaram por cumprir. Em cada recomeço a lembrança do que não teve como existir, mas que ajudou a que pudessem recomeçar. A cada recomeço a pessoa certa, no único momento que nos servirá. A cada recomeço a gratidão por estarem vivos, aqui e a poderem restaurar o que deixaram quebrar. A cada recomeço o amor a dobrar, porque o merecem...
Não estás sozinha, estou aqui contigo, estive sempre, nunca te abandonei, mesmo quando o fizeste!
Estou a olhar-te, agradecida e envergonhada, porque afinal foi apenas um interregno e mesmo assim tu esperaste quieto e a vigiar-me de longe. Eu até sabia que não resultaria, que não seria aquele o meu caminho, mas insisti e fui. De braços abertos ofereces-me o que estava a precisar, apertas-me de mansinho e sinto os teus lábios nos meus cabelos. Estou frágil, como nunca viste nem sentiste antes e até a ti te assusta.
- Porque não me consegues amar assim? Eu teria ido buscar a lua e removido tudo o que te pudesse afastar.
Perdoa-me até pelas lágrimas que me escorrem agora e que não são tuas, nem para ti. Perdoa-me a cegueira, a incoerência e a burrice. Juro que se pudesse escolher serias tu, como estás agora e como sempre estiveste de cada vez que sentias a minha voz a fraquejar. Já me cuidaste em tantas noites que te falava dele, em que ouvias, uma e outra vez as mesmas coisas e nunca recusavas uma palavra, uma explicação, um "vai passar", "ele vai entender", mas não entendeu, não como o fazes tu.
- Sabes o que te digo? Acabaram-se as palmadinhas nas costas, ele não te merece, não sabe o que fazer contigo, então que me deixe fazer o que já aprendi, porque eu sim conheço-te. Eu sei como adormeces e como acordas, ainda mais bonita, como se tal fosse possível. Eu sei como danças, de que forma as tuas ancas se movem como se estivesses a fazer amor. Sei para que lado tomba, ligeiramente, a tua cabeça, os teus cabelos sedosos e brilhantes, quando escreves, apaixonada, porque tu apaixonas-te por tudo o que mexe e isso sente-se em cada palavra. Eu cresci a saber de ti. Eu respiro-te e por isso mereço que passes a olhar-me como o único homem que te dará o que já procuras há demasiado tempo. Estou aqui, acabou-se, mais ninguém te levará de mim, entendeste?
Não respondi. Não o fiz porque me cansei de procurar o arco-íris, talvez tenha razão e agora me deva deixar ir, agarrando a mão que nunca me foi recusada. Agora sei que não estou sozinha, mas afinal parece que nunca estive!
Sonhos, venham eles. Os sonhos profissionais. Os sonhos emocionais. Os sonhos que envolvem relações amorosas e a família. Os sonhos que carregam cada um dos desejos que levamos até ao lugar certo. Sonhos que nos revelam, no dia-a-dia, o que arriscamos querer nas noites que por vezes se agigantam. Sonhos que poderão ser mais do que sonhos e sonhos que queremos parar de sonhar.
O que sonhas tu? Sonho viajar, namorar, ter uma casa com piscina, um amor eterno, filhos... Não existem limites, nem sequer obstáculos, para os sonhos. Podemos voar, ver o mundo ao contrário, de dentro para fora. Podemos mudar de cor e de continente, porque sonhar é o que nos permite manter a esperança, afastar os medos e perseverar.
Sonhem, acordados e a dormir. Sonhem enquanto pensam e falam dos vossos planos. Sonhem como se estivessem a construir uma série com episódios novos e estimulantes. Sonhem muito e com determinação. Atrevam-se, porque os resultados irão surpreender-vos. Eu atesto!
Estágio 1! Foi assim que analisaram a minha explosão de palavras. Segundo um amigo, estou tremendamente apaixonada e é por essa razão que debito palavras tão excessivas!
Não concordo, simplesmente porque não estou apaixonada, estou a amar a pessoa por quem me apaixonei, isso já será provávelmente o estágio 2, e a necessidade de que saiba o que sinto, aqui deste lado que agora também lhe pertence, é premente. Eu acredito, que é importante dizer TUDO o que estiver bem dentro de nós, porque apenas assim o outro nos poderá sentir.
Será que vale realmente a pena? Não tenho qualquer dúvida. Aquilo que se dá de vontade e com sentimentos genuínos, só poderá resultar, não pelo tempo que venha a durar, mas pelo que acabamos a proporcionar e a receber de volta. Quando damos de nós, mudamos os dias de quem nos é importante e aliviamos alguma da carga que possa estar a carregar.
Tive o meu estágio 1, sim, mas nesse eu não debitava palavras apaixonadas, cuidava de não as usar com demasiada intensidade, tinha medo de entrar tão dentro que já não pudesse voltar a sair. Mas o caricato de tudo isto, é que afinal é lá mesmo que quero estar, bem dentro, sem que nunca mais volte a existir qualquer razão que me possa de lá arrancar. O estágio 2 é um mundo completamente novo. O nosso estado de graça já está mais cimentado e as borboletas da barriga tranquilizam-nos. Não quero dizer com isto que as preocupações e os medos se vão, mas na realidade se formos galgando etapas, passamos a usufruir de uma sensação de conquista mais suave, porque, presumivelmente, o pior já terá passado. PUXA, posto assim até parece que estou a referir-me a uma doença crónica.
Bem, de qualquer das formas vamos esperar para ver o que me reserva o estágio 3, é que estou deveras curiosa!
O amor e a falta dele, transforma-nos para melhor e para pior. Somos o reflexo de tudo o que construímos e do muito que nos faltar, para entendermos que apenas teremos o que formos capazes de doar.