10.3.17

Mentiras!

março 10, 2017 0 Comments
Woman Looking at Sea While Sitting on Beach
Feelme/Mentiras!Tema:Contos!

Fiquei a olhá-lo, quieta, deixando que apenas a cadeira de baloiço fosse espaçadamente abafando os gritos do silêncio.

Tentava em vão recordar-me o que me fizera amá-lo tanto, correr para os seus braços sempre que o avião aterrava. Mudando as minhas rotinas e deixando coisas por fazer e dizer. Eu prometera um dia amá-lo na saúde e na doença, jurara fidelidade, unira o meu coração ao seu, mas agora ansiava por alguém ou algo que me permitissem fugir, correr sem olhar para trás, sem ter que me explicar, sem dramas, sem pedidos de tempo e sem desculpas.

Brincava na areia com as filhotas e de quando em vez deitava-me um sorriso, um olhar, e eu acabava a sentir-me ainda mais miserável. Traíra-o, tivera outro homem na minha cama e coração e gostara, muito, mais do que me recordava jamais ter gostado com ele.

- Carolina ajuda-me amiga, já não sei como estar com o meu marido, aceitá-lo, fingir que o quero e que me dá prazer. Desculpa o desabafo, eu sei que tu e o Rui são o nosso casal modelo.

Como se enganava, as mentiras são tão fáceis de construir e acabam a agigantar-se a cada dia. Eu sei como eu fazia, fingia, pensava no outro, em outros e acabava mal comigo, com uma sensação de "sujidade" interior, sentia ódio do que me obrigava, dia após dia.

- Só temos esta vida. -Recordava-me a minha mãe vezes sem conta e eu acreditava agora que teria de a recuperar, à vida, aquela que me negara a mim mesma em nome de um amor que nunca chegou a acontecer.

Levantei-me, determinada, mais forte do que nunca, sabia ter chegado a hora, precisava de recomeçar a respirar, o meu espaço agigantara-se de repente e eu repetia baixinho que era agora, que queria e iria ter tudo.

- Rui, precisamos de falar...

Estou tão grata por ti!

março 10, 2017 0 Comments
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Feelme/Estou tão grata por ti! Tema:Sentimentos!

Estou tão grata por ti e ainda hoje, sempre que me sento quieta e revivo tudo o que tivemos, continuo a agradecer ao universo ter-te trazido à minha vida.

Mudaste tudo ao meu redor. Mudaste a ideia que tinha de mim, a minha força e capacidade de procurar o meu próprio caminho. Graças ao teu olhar, e à tua presença mesmo quando não te tinha, passei a entender o meu lugar neste mundo, o que faço aqui, porque preciso de continuar a usar as palavras e com elas tomar a voz de muitos outros homens e mulheres.

Estou tão grata por ti, porque contigo deixei de ser apenas a que cuidava, passei a ser eu, passei a ter uma posição no meu mundo, passei a conseguir reinventar-me todos os dias e passei a procurar tudo o que sempre sonhei para mim, mas mantive quieto e escondido.  Agora sei que posso tudo e que quero tudo.

Estou tão grata a ti, por teres entrado na minha vida, e hoje enquanto os meus dedos percorrem o teclado, deixo-me sorrir perante as lembranças. Foram todas boas, fizeram-me crescer, entender e chegar até ti.

O que me falta agora?

Talvez agradecer-te e não apenas por palavras, por tudo o que deixaste comigo e em mim. Deixar-te com a certeza de que foste a pessoa certa e que por ti cresci, melhorei e passei a ver com mais clareza. Falta-me dar-te o abraço que me negaste, porque no dia da suposta despedida, não sabia que nos estávamos a despedir. Falta-me parar-me...

Ontem!

março 10, 2017 0 Comments
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Feelme/Ontem!Tema:Contos!

Ontem estava inquieta, apetecia-me dançar, ver gente, sentir-me viva, estar aqui, neste mundo, não apenas para cumprir, mas para ser e ter!

Tenho tomado pílulas de calma, de paciência, para que quem já tanto significou para mim não saia magoado, afastado da vida que sempre conheceu. No entanto o meu "eu" continua a ficar para trás e começo a sentir-me exausta, sedenta de escolher o meu próprio destino, de regular os meus dias e noites e de poder, sem qualquer peso ou responsabilidade, ser eu mesma, ir, viver.

Enchi-me de coragem, vesti o meu vestido vermelho, pus o casaco preto e as botas altas até aos joelhos igualmente pretas. Com os cabelos já bem longos, brincos até aos ombros, maquilhagem discreta e muita vontade, fui.

Entrei no bar, a música inundou-me de imediato o corpo e os meus pés rogaram-me que os mexesse. Olhei em redor, caramba, demasiados homens, muitas cabeças que se viraram, antecipando "carne fresca", não foram nada discretos e acompanharam-me com sorrisos e palavras que não descortinei, até à pista, onde fui tentar perceber o ambiente.

Abstraí-me totalmente de mim, de estar num lugar apinhado de gente cujos rostos jamais vira. Deixei que a música me invadisse e usufruí da minha noite de libertação, da minha vontade de decidir e de querer.

De mansinho comecei a seguir os ritmos, o meu corpo não resistiu mais e ali mesmo, no local onde estava, libertei os movimentos que me prendiam, dancei, muito, sem ver ninguém. De repente era como se tivesse sempre feito aquilo, sentia os meus lábios sorrir, o ritmo a invadir-me, a minha sensualidade a sair por todos os poros, do meu ser, da minha vontade e da minha liberdade emocional. Tomar as rédeas à nossa vida parece fácil, mas existem tantas portas para fechar, tanto para deixar no passado...

Ontem a noite foi minha, não conheci ninguém, nem permiti que se aproximassem, só queria ser eu, não me apetecia falar, explicar-me, queria exorcizar medos, celebrar a coragem, regressar à vida. Once again!

Como a nossa força cresce!

março 10, 2017 0 Comments
Waterfall in Forest
Feelme/ Como a nossa força cresce!Tema:Relações!

A força de que somos feitas, cresce na proporção dos desafios e amplia-se tal como acontece com os medos que nos chegam, de onde menos esperamos e a testarem as nossas certezas. Como a nossa força cresce quando amamos quem nos ama e lhe devotamos o cuidado que também queremos ter. Como a nossa força cresce quando os olhos falam com as palavras da alma e nos confirmam o que até já sabíamos.

Se me imaginar sem ti, todos os dias que ainda me restam, resta-me muito pouco pelo que lutar e ter força. Se me imaginar do teu lado, sentindo o que nos passamos, um ao outro e tu sabes o que somos capazes de nos passar, então a minha força redobra-se faz de mim um gigante indestrutível. Se existir um plano, um percurso definido, tudo o que tivermos de percorrer será menos assustador.

Como a nossa força cresce quando encontramos quem procurávamos. Depois dos acertos e dos encaixes, o que somos é o que passamos, sem dúvidas e sem inseguranças. Como a nossa força cresce de cada vez que somos reconhecidos, entendidos e sempre que os erros são perdoados. Afinal somos humanos, Afinal também tentamos apenas e só que o muito que sonhamos se transforme em algo que possamos tocar. Não tem que ser muito, tem que ser real. Como a nossa força cresce quando conseguimos comunicar, usando a mesma linguagem e sentindo os toques que a acompanham.

Que vontade sinto de te abraçar agora, prometendo-te que tudo ficará bem e se encaixará nos lugares certos. Se ao menos confiasses na minha força. Se ao menos entendesses a forma como te amo e quero por perto. Se ao menos conseguisses parar de cobrar e questionar, perceberias que apenas tu fazes sentido no que eu sou. Se ao menos tu te parasses...

9.3.17

Ódios de estimação!

março 09, 2017 0 Comments
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Feelme/Ódios de estimação!Tema:Sentimentos!

Ódios de estimação, será que os devemos alimentar? NÃO de todo, e é simples, porque não adiantam, não mudam nada, sobretudo quem os originou!

Esta coisa de nos sabermos sarar é muito mais do que uma conversa, é possível sim, mas obriga a muito crescimento, a um amadurecimento interior gigantesco e com ele a percepção de que não temos forma de mudar os outros, não se eles não quiserem. Acumular ódios, rói-nos por dentro e corrói-nos lcorpo e alma.

Nunca fui das que olha para o lado e finge que não vê, se me pedirem ajuda, se eu achar que devo intervir, mesmo em meu desabono, vou lá e dou o meu melhor, mas acreditem que comecei a mudar de estratégia, agora que se façam à vida, que resolvam os problemas que criaram tal como faço eu e NUNCA chateio ninguém. Já percebi que as minhas energias me fazem falta e por isso devem ser usadas em coisas produtivas, porque eu também descarrego as baterias, sobretudo com gente cáustica.

Afinal de contas o que se deve fazer com quem nos instiga a ódios? Devemos afastar-nos, deixar que se resolvam e que encontrem, sozinhos, o seu lugar neste mundo. Eu ensino umas coisitas, mas é basicamente inglês, o resto já não me cabe a mim, até porque entre mim e a Madre Teresa vai uma distância abismal, por isso nem sequer tento.

Mas quem é que te odeia, perguntam vocês? A mim e que eu saiba, sim porque ainda não houve quem tivesse coragem de o dizer, ninguém, mas estou a referir-me aos que odeiam porque não sabem fazer mais nada. Refiro-me aos que passam a vida a reclamar do ódio que sentem. Oh almas do tal que não digo o nome porque o posso atrair, curem-se lá de uma vez e vivam, nem que seja um dia, com um sabor que permaneça na boca sem azedar e parem de martirizar o mundo com as vossas pseudo-dores (já pareço o outro que me chamou de pseudo-intelectual). Se não fosse triste desatava a rir.

Pronto, mas se é a odiar que se sentem bem, odeiem-me também, eu deixo!