4.11.17

Não sei se é este o caminho!

novembro 04, 2017 0 Comments
Menina, adoro quando você entra na minha loucura... - Vitor Ávila


Não sei se é este o caminho. Não sei se estou a ser e a fazer o que é certo. Não sei se terás forma de me segurar, assegurando-me de que és tu e impedindo-me de ter mais medo do que o que virá, naturalmente, com cada relação nova.

Tenho uns quantos fantasmas, é uma realidade. Acredito que os guardei, religiosamente, para quando tivesse vontade de sentir pena de mim, porque tenho menos poderes do que gostaria e por isso não soube como manter quem queria que tivesse ficado, tal como não sei se te manterei.

Sei que as escolhas serão sempre nossas, mas nem mesmo assim fazemos as melhores, vamos aprendendo, ou deixando que os passos nos levem, quando não sabemos como nem por onde. Sei que estás aqui e agora, e tento ter-te todo, tocando-te para me manter acordada, ou olhando-te apenas, enquanto dormes, para que nada possa ser estragado. Sei que quando andamos em frente e escolhemos deixar ir uns quantos fantasmas, eles ficam resolvidos mais rapidamente. Sei que és um ser atento e que por isso já me sentes, mesmo que não fale. Mas sei, sobretudo hoje, que a forma como te quero me confere forças para aguentar tudo o resto.

Não sei se é este o caminho, mas quero tanto que desta vez, pelo menos desta vez, não esteja enganada!

Escolhi parar de pensar, parando-me. Puxei-te para mim porque preciso de te sentir. Preciso que me beijes como só tu sabes, e que me toques o corpo que agora se move mais determinado porque te tem. Hoje não vou apenas sonhar contigo, hoje vou-te ter no sono...

Quando amamos, amamos, pronto!

novembro 04, 2017 0 Comments
girl running away in woods | woman, running, through, forest, woods, trees, towards, fleeing, away ...


Sabem o que acontece quando um amor não termina?

Não vale a pena querer seguir em frente, arranjando um novo amor que substitua o único que se deseja. Por mais que sejamos cuidadas, amadas, incentivadas a andar em frente e a começar de novo, se o que sentimos não mudou, estaremos apenas a enganar-nos!

O Alexandre é um verdadeiro cavalheiro, cuida de cada um dos meus desejos, até dos que nem sabia que tinha. Com ele passei a gostar de bons designers, de sapatos feitos à medida, de jóias personalizadas, de tudo o que uma mulher sonha. A sua vida profissional consumia-o, mas fazia sempre crescer os dias para estar comigo.

Jantávamos às 11, almoçávamos às 4 da tarde, namorávamos até altas horas, adormecíamos e acordávamos a fazer amor, partilhávamos até os suspiros, ele era uma descoberta constante e um prazer assumido.

- Minha querida, acho que chegou a hora de te pedir para te mudares para a minha casa, o que me dizes?

Fiquei muda, sem conseguir articular uma única palavra. De repente, do nada, a imagem do Paulo, as constantes mensagens de voz no telemóvel, tudo isso passou pelo meu pensamento. Se eu desse este passo, seria para recomeçar, seria para deixar para trás, para sempre, o que tivera e me fizera tão feliz, mas que correra mal. Aquele homem era o meu castigo eterno, nada fazia sentido sem ele e os meus dias eram camuflados, eu vivia uma mentira constante, e nunca, por nenhum segundo, deixara verdadeiramente de pensar nele. Ele era o que o meu corpo, mente e alma desejavam, mesmo que não me personalizasse as jóias, ou me levasse a jantar a Madrid. Como poderia eu cortar com o cordão que me permitia respirar?

- Querida?
- Sim, Alexandre, apanhaste-me de surpresa, desculpa. Não sei o que dizer...
- Diz que sim, vem acordar sempre na minha cama, na nossa cama. Podes mudar a decoração inteira da casa, pô-la ao teu jeito, revira-a do avesso, deita paredes abaixo...

Eu já não o ouvia, não podia, era demasiado para mim ter que cortar e desistir. Dei comigo a correr, descalcei-me e corri sem sentir qualquer dor, o meu cérebro gritava-me que era agora e que precisava de parar de me enganar, de me esconder...

Subi os dois andares do meu prédio, nem sei bem como, e quando entrei corri para o armário onde "escondera" a caixa com a outra parte da minha vida. Agarrei ansiosa a sua foto, e sentada no chão, ri chorei e entendi, era ele, teria que ser ele, sempre e só!

- Estou, Paulo?

3.11.17

São as palavras que me fazem amar!

novembro 03, 2017 0 Comments
black and white vintage photography - journal


São as palavras que me fazem amar! São as palavras que unem as pontas de cada um dos lugares em que já estive. São as palavras que mudam o que sinto, sempre que as digo, ouvindo cada som. São as palavras que juntas às músicas, me recordam de alguns amores perdidos e dos que ainda espero viver. São as palavras, na noite, que legendam os meus sonhos e até os pesadelos.

São as palavras que me fazem amar e amo sempre primeiro quem me toca pela capacidade de as usar. Tenho que usar palavras para explicar como me sinto, se me sentir de uma tristeza cortante, ou de uma alegria que me faz querer gritar. Tenho que conseguir dividir, com quem me ouve sem sons, ou escuta em decibéis que quase ensurdecem, quem já carrego em mim e que parecem ser mil mulheres, tantas quantas as vezes que escolho usar o que me permite viver. Tenho que saber o que sinto para o poder por em palavras e sem elas sou vazia, nua e sem qualquer interesse.

São as palavras que me fazem amar e é também com elas que permito que se instale o desamor. Palavras, tantas que já reproduzi e que aprendi a encaixar, de mansinho ou numa pressa que quase me incendiou a alma. Palavras, se não as tenho, não tenho nada de mim. Palavras com as quais me alimento e preciso que saibas que terás que as usar, sempre, se me quiseres manter.

São as palavras que me fazem amar quem fui quando ainda e apenas menina. Tanto que já cresci depois dela e tanto que passei a saber explicar. Escrevo como amo e amo com a intensidade das palavras que uso.


São as palavras que me fazem amar-te e enquanto as tiver para ti, saberás que me tens!

Estás do lado certo da minha vida!

novembro 03, 2017 0 Comments
abstract, aqua, art

Estou a ver da janela a chuva que cai, intensa, copiosa e algo mágica. Já estive por baixo de pingos que me queimaram a pele cansada de não te ter, mas hoje, agora e neste momento, as emoções que me percorrem o corpo são de uma felicidade que me fazem sorrir dia fora. Os vidros começam a embaciar-se e através deles consigo ver-nos, como se de um filme se tratasse. Estamos abraçados e queremo-nos da mesma forma e com toda a entrega dos que se reconhecem. Gostava de te ter agora e mesmo que não possamos sentir sempre, queria que os intervalos não acontecessem e apenas nós contássemos.

Não acredito em impossíveis se estiveres por perto. Nada mais me assusta, para além do medo de te perder. Não vou para onde não possas chegar, porque te tornaste demasiado importante. És o sangue que me alimenta e o oxigénio que me impede de sufocar. Não quero o nunca, agora estou preparada para ter quem me pertence. Não dependo de nada, nem mesmo de quem és para ser feliz, mas preciso de precisar de ti.

Estás do lado certo da minha vida e é assim que te quero manter. Tens o formato que se encaixa no meu e não precisamos de muito para termos tanto. Estamos, eu e tu, prontos para enfrentar os fantasmas, os que chegam com a neblina, em dias chuvosos e até os invisíveis, os que certamente nos forçarão a fortalecer o que já conquistámos. Estás do lado certo da minha vida e eu agradeço todos os dias pelo primeiro instante, aquele em que te vi junto ao meu rio, a olhar-me enquanto chegava para te receber. Estás do lado certo da minha vida e passei a amar-te mesmo com a chuva ruidosa!

Carta de amor a quem perdi!

novembro 03, 2017 0 Comments
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Olá homem que julguei ser da minha vida,

Não sei como andas, mas acredito que estarás bem, mesmo que sem mim. Já há muito que deixei de questionar as tuas razões, ou de me diminuir, porque não fui menos do que precisavas, fui apenas quem escolheste não manter. Vou sempre incluir-te nos meus pedidos de boa sorte, os mesmos que dirijo a todos quantos me entraram coração dentro e me fizeram recordar o sabor de ser uma mulher desejada. O amor que te tive foi real e a entrega total, como em tudo o que faço na vida, porque se me importa cuido, se não me importa, nem mexo. O que te disse sentir foi sentido e tudo o que viste no meu olhar era-te dirigido. Nunca pensei em querer mais do que tinha contigo, porque já me bastava. O amor que chegou até ti estava carregado de tantas emoções, as que armazenara para quando chegasse quem me estaria reservado, mas parecem ter sido em demasia. Parecem ter-te sufocado, porque o que tinhas para dividir era apenas o que sobraria.

Agora, e sempre que olho de soslaio para trás, já te tenho um sorriso reservado e este será apenas teu, tal como as memórias que criei. Agora, e de cada vez que oiço a voz que reconhecerei sempre, apenas fica o bom e tudo o que me deste quando ainda não subtraias. Agora, mas só agora, sei que nunca poderias ter ficado, estávamos demasiado distantes, na entrega, nos sonhos, na esperança e nos projectos. Quero e vou querer sempre mais, tudo de mim para os outros e deles para que me devolvam cada emoção. Agora já me deito tranquila e não te levo comigo. Agora já acordo apenas eu, não estás e não permaneces pelo dia fora. Agora já posso dizer que não és quem perdi, és tão-somente o homem que não me soube ter. Agora estou leve e livre!

Para ti a quem amei inteira, um adeus sereno, comigo dentro.

Da mulher que já te pertenceu,
L.C.

2.11.17

Não sei se já vivi tudo!

novembro 02, 2017 0 Comments
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Estou a cada dia mais tranquila, serena e pronta para a viagem que iniciámos juntos. Já não penso demasiado para a frente. Já não quero com pressa, mas tenho pressa de perceber se já sabemos, os dois, de que forma nos poderemos acertar, permanecendo sem demasiados solavancos. Já tivemos de tudo. Já nos amámos até à exaustão, mas também já nos desesperámos num desespero real.

Não sei se já vivi tudo, ou o bastante, para saber de que forma viver contigo. Ainda existe tanto para acertar com o outro e mesmo que estejamos a meio caminho, o que nos falta poderá ainda vir para lá do que julgamos ser possível. Não sei se já vivi tudo, certamente que não o bastante para respirar tranquila, quando não estás. Quando não te oiço, ou de cada vez que falas de quem não passa por mim. Não sei se já vivi tudo, mas sei que o que quer que nos esteja reservado, será sorvido até à última gota.

Tu és a calma que me sossega. Eu sou o fogo que te incendeia o que nem sabias possuir. Tu tens as partes que me faltam e eu uso as que conheço para te atrair. Tu entendes o que sinto e antecipas o que desejo. Eu escolho o que me torna melhor e ofereço-me para te fazer feliz. Tu és quem quero aqui e agora e eu espero continuar a ser quem dizer gostar.

- Gosto de tu...

Já me sabes fazer rir, mas também sei que foges do que até sabes que espero ouvir, naturalmente, sem qualquer limite de vocábulos, saindo-te porque não terás como o segurar, mas vou esperar.

Os imprevistos também nos movimentam!

novembro 02, 2017 0 Comments
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Nunca nada será apenas certo, mesmo que bem delineado. Nunca teremos apenas uma perspectiva de tudo o que vemos, olhamos e até reconhecemos. Nunca duvidaremos, tanto, que se torne demasiado difícil escolher, e a acontecer, então ainda duvidamos de nós.

Os imprevistos também nos movimentam e agitam as águas que gostaríamos de sentir mais quietas, mas também elas terão que criar ondas e alojar quem escolhe a aventura, as alturas, o arrojo e o prazer da conquista. Os imprevistos deixam-nos em alerta e testa a nossa vontade de querer. Ou contornamos as pedras, ou vamos mesmo por cima, esfolando a pele e ferindo muito mais do que os sonhos. Os imprevistos são curvas sinuosas em pisos escorregadios, mas ajustando a condução, a chegada será quando se chega, não importa o tempo.

Nunca sabemos tudo e nem sei se adiantaria. Nem sempre escolhemos escolher desta ou daquela forma, sobretudo o que nem víramos antes, mas se veio, certamente que estaria a fazer falta. Não temos que ver o final da estrada, vai bastar que saibamos como ir, quando começar e onde parar.

Os imprevistos também nos movimentam e se não fossem eles, estaríamos ainda mais robotizados, menos interessantes e pouco vivos. "O que não nos mata, torna-nos mais fortes"!