17.2.20

Fugi, acobardei-me...

fevereiro 17, 2020 0 Comments

Fui-te respondendo para me justificar, falhando cada explicação, porque não aceitaste nenhuma. Parei de te responder com medo de não te conseguir deixar ir, mas igualmente em pânico com a tua desistência. Disse-te tanto, o que me magoava. O que não conseguia explicar. O que parecias ter de sobra e me faltava. As tuas certezas e a forma como me amavas, sendo tão doce, amável e disponível. Fui duro. Fui cobarde e indigno do amor que me tinhas. Fui pequeno e nunca cheguei a dar o que era teu por direito, mesmo sabendo que foste feita para mim. Fui o oposto de tudo o que te prometi.
Já não te respondo às perguntas que certamente sempre farás, mas apenas porque fiquei sem respostas. Fiquei vazio até de mim e perdi-me da única pessoa que nunca me deixaria sem palavras e sem explicações. Já não sei quem sou...

14.2.20

Não lamento a falta dum amor!

fevereiro 14, 2020 0 Comments


Não lamento a falta dum amor, já não, porque na verdade não é qualquer um que me serve. Não fico triste pela falta dum abraço e que bem me saberia ser abraçada, com sentimento e entrega, mas a não poder ser dado pela pessoa que antecipo perfeita para mim, abraço-me diariamente, cuidando do que me mantém emocionalmente acompanhada. Não espero, nem mais um dia, por quem irromperá pela porta que até fechei, não à chave, mas para que me proteja do frio do mundo. Não sei qual o sabor dum beijo dado com uma boca que se encaixe na minha, mas ainda não me esqueci de como se beija. Não me deixo derrubar por fazer o caminho sozinha, quantas vezes à chuva, porque já sei o que sinto quando o sol desponta. Não desisto do amor, até porque é sobre ele que escrevo e alimento tantos corações vazios, mas parei de parar os meus sonhos apenas por serem no singular. Não lamento a falta dum amor, não por ora e não porque já fui muito amada e amei na proporção do que esperava ser para sempre.
Não tenho medo de não "te" voltar a encontrar, perder a capacidade de amar e encontrar amor em qualquer lugar e pessoa é que seria verdadeiramente assustador!

Se ... então ...

fevereiro 14, 2020 0 Comments


Se... então...
Vivemos assim, num constante adiar de felicidade, porque esperamos pelos "ses" da vida.
. Se viajar mais então poderei ser feliz, porque irei ver lugares de que falam os outros.
. Se arranjar o parceiro ideal, então poderei ir a mais restaurantes, é tão aborrecido comer sozinha.
. Se mudar para uma casa maior, então poderei comprar aquela mobília que ando a namorar há tanto tempo.
. Se tirar aquele curso de cake design, então os meus dotes como pasteleira melhorarão consideravelmente e poderei fazer bolos maravilhosos.
- E se deixasses de ser tola e começasses já a ser feliz com o que és, não adiando o que afinal até já tens?
As redes sociais deixam tudo mais polido, bonito, apelativo e perfeito, tal como nada é na vida, não sempre e não só porque queremos. TUDO o que vemos nas diversas plataformas, foi escolhido criteriosamente e por consequência tem que parecer perfeito, mas como já deveríamos saber, a perfeição não existe e focarmo-nos nela só nos trará infelicidade e frustração.
- E que tal olhares com atenção para o caminho que fazes e sorrires a ti no espelho?
Estamos aqui e agora, porque é apenas isso que temos. O resto virá à velocidade do nosso empenho e terá as cores que formos capazes de antecipar.

13.2.20

Mesmo sendo mãe, não posso fazer tudo...

fevereiro 13, 2020 0 Comments


Não te posso tirar os medos, não por completo. Não posso estar sempre por perto, mesmo que o meu coração nunca te deixe. Não posso certificar-te de que tudo correrá bem, mas estarei aqui para te receber se falhares, ou se te falharem, sobretudo no cumprir de expectativas. Não posso dizer-te o que nem eu sei e é tanto o que fica por dizer, até quando acho que disse o bastante. Não posso forçar-te a viver a vida que todos antecipam para ti, por amor, por cuidado e porque te querem grande e realizado. Não posso escolher o que nem tu ainda entendes por escolha, mas posso, como fazem todas as mães, empurrar-te de mansinho para o caminho contrário. Já fizemos muitos, sempre juntos e desejosa de te ter mostrado o que levarás contigo quando não estiver. Não posso amar-te mais, se o fizesse rebentaria este coração pequenino que encolhe sempre que uma das crias parte. Não te posso tirar os medos todos, mas alguns ficarão sem qualquer dúvida para trás, porque nem que seja

12.2.20

São tantos os que ouvem, mas não escutam!

fevereiro 12, 2020 0 Comments


São tantos os que ouvem, mas não escutam, que falar começou a ser mais valorizado, pelo menos para mim. Não temos que nos repetir, vezes sem conta, para que os outros encontrem sentido nas palavras. Não devemos martelar cérebros apagados, achando que o muito derrubará o pouco, o pequeno e o indefinido. Não devemos achar que nos cabe, apenas a nós, ensinar quem se recusa a aprender.

São tantos os que já aparentam ter todas as ferramentas, mas que no entanto permanecem vazios e sem perceber que elas nunca serão apenas académicas, terão que já ter sido derramadas, vividas e presenciadas vezes suficientes para que as possam replicar. Já não julgo tanto quanto fazia antes, estou bem mais conformada com o percurso dos outros, mesmo que seja demasiado lento, mas avalio e uso as palavras que EU escuto, porque soube de que forma as ouvir, de quem e quando.

11.2.20

Já lá estive!

fevereiro 11, 2020 0 Comments

Já lá estive. Há muito que cheguei ao lugar onde o que parecia importar aos outros, sobre mim, me importava, mas rapidamente me vim embora. Já lá estive, nos momentos em que tinha que me partilhar e esperar para que o tempo dos outros corresse, mas agora uso o meu da forma que me deixa bem. Já lá estive e não gostei, porque não me reconhecia e porque apenas recebia o que não fazia questão de passar. Gosto mais de estar "aqui", porque sou eu e porque de cada vez que falo, oiço as palavras que fazem sentido à mulher que me tornei. Já lá estive, enquanto sonhava aos solavancos, em noites interrompidas por desejos mal satisfeitos e NUNCA sonhava acordada com receio de que os meus sonhos colidissem com os dos outros. Já lá estive, mas estava sozinha e nunca podia esperar que esperassem por mim e seguissem o meu ritmo frenético. Já lá estive, mas voltei para o único lugar que me importa e passei a importar-me verdadeiramente comigo.

Fazemos sempre falta a alguém!

fevereiro 11, 2020 0 Comments


Fazemos sempre falta a alguém, mas na maioria das vezes não fazemos falta alguma. Precisamos de ter noção da nossa finitude e do "uso" que nos pretendem dar. Se estivermos conscientes de quem nos rodeia, pessoal ou profissionalmente, os tombos emocionais serão menores e bem mais fáceis de contornar. Temos sempre algo que importa a alguém, mas certamente que momentos haverá em que não teremos coisa alguma, nem sequer para nós, porque nos consumimos com as necessidades dos outros. Porque perdemos precioso tempo a entender o que ninguém consegue. Porque temos as expectativas demasiado altas. Porque não acreditamos o bastante em nós.
Fazemos falta enquanto estamos, mas nunca seremos insubstituíveis. Fazemos falta se já tivermos em nós o que nos completa e sobra para os outros. Faremos falta, grande parte do tempo, se soubermos como dar uns passos atrás e esperar pelo momento no qual precisarão verdadeiramente de nós.