29.9.20

Não há melhor disfarce do que o medo!

setembro 29, 2020 0 Comments



Não há melhor disfarce do que o medo, porque dele ninguém se quer aproximar demasiado, não quando já tanto abunda por aí. Do medo foge-se como que da morte e no entanto há por aí tanta gente a morrer de medo do que supostamente os deveria manter mais vivos. O medo de perceber e sentir o medo dos outros só amplia o nosso e isso já o saberemos todos!

Ter medo e mostrar medo, encolhe as possibilidades e afasta as oportunidades, até as que estariam visíveis se ao menos não fugíssemos da vida. Mostrar medo empodera quem nos diminui por determinação e enfraquece quem nem chega a perceber porque razão sente medo, mas que se cola ao conforto que ele provoca. Provocar medo, ui, isso já muda muita coisa, muda sobretudo os alvos e as reacções. Provocar mais medo em quem já o bebe mal acorda e adormece a desejar que ele não se afaste demasiado, diz muito de cada um.

Não há melhor forma de vencer uma luta desleal do que usar o medo, mas vezes há em que ele riposta e origina toda a confusão que se instala e recusa a sair. Tenho por isso cada vez mais medo da forma como poderei reagir ao medo que os outros tentarem incutir em mim, porque a acontecer verão uma faceta assustadora de quem sabe como se manter à tona de qualquer "sujidade" emocional, porque mesmo que nunca o tenha usado para me valorizar, sei bem ao que sabe.

Nada como um bom medo de estimação para passar ao lado de tudo o que viver de forma livre representa, por isso escolho a valentia até nas dúvidas, de contrário não adiantaria andar por aqui.

28.9.20

Deixámos de ter medo os dois!

setembro 28, 2020 0 Comments



Deixámos de ter medo os dois, mesmo que tenhamos ainda muito para recear. Aproximámo-nos tanto agora, que todas as falhas de antes deixaram de fazer sentido. Impedimos todos os outros de nos estragarem o ar que só respiramos porque existimos, porque pensamos os pensamentos que já eram partilhados muito antes de existirmos e existir só faz sentido se permanecermos. Deixámos de apenas querer, agora queremos justificando todos os movimentos que os amantes coordenam porque de outra forma ficariam descoordenados. Deixámos o mundo com pouca margem de manobra e começámos a manobrar o nosso tempo, os nossos momentos e todos os olhares que nos devemos. Deixámos de ter o que responder aos que nada têm, porque para nos termos realmente, o que não serve terá que ficar demasiado longe. Deixámos para lá tudo o que não nos melhora, mas não deixamos de nos dizer o que passou a importar demasiado para não ser dito.

25.9.20

Mesmo que mude a frequência...

setembro 25, 2020 0 Comments



Mesmo que me diga que não deves ser a razão pela qual todos os meus desejos nascem, o meu coração galga os muros emocionais e reencontra-te em cada sonho. Mesmo que a minha cabeça lute contra a vontade que tenho de te segurar as mãos que tantas vezes me retiras, continuo a querer remendar o que quebraste, mas apenas para quebrar ainda mais uns quantos desejos. Mesmo que a tua responsabilidade seja nula no que diz respeito à minha felicidade, responsabilizo-te pelo amor que me implantaste e que tanto quis fazer crescer. Mesmo que já não sejas capaz de entender que preciso de ti para ter uma razão para continuar, continuo determinadamente à espera te transformes na pessoa que criei e que nunca será real. Mesmo que o tempo me fustigue o olhar cansado de te procurar, escolho ver o que escolhi quando te encontrei, porque a verdade é que o amor só existiu num dos nossos corações e não foi decididamente no teu. Mesmo que doa sentir que nunca sentirás nada por mim, continuarás a manter este sonho inteiro até ao dia em que alguém sonhe comigo e mudemos a frequência e as batidas dum coração que sempre soube o poder que carrega. Mesmo que sangre hoje, amanhã o dia trará os sorrisos que me curarão de ti. Mesmo que já nada mais me possa dizer que te apague, vou esperar que me diga o que é certo e deixes de ser a energia que me movimenta e alimenta o que ainda me restou. Mesmo que ainda saiba muito pouco, vou certamente saber que o final de ti apenas representa novos inícios e estou claramente a precisar que cheguem...

23.9.20

E se terminasses hoje?

setembro 23, 2020 0 Comments



E se terminasses hoje? E se o que te faltava já não tiver forma de ser feito? E se o teu amanhã nunca mais amanhecesse? E se os planos que adiaste por cobardia e para que não desiludisses os que te desiludem a cada dia, fossem indefinidamente adiados? E se começasses mesmo a perceber que afinal nunca percebeste nada e que agora também já de nada te adianta?

Começa hoje. Resolve-te hoje. Avança hoje e desiste hoje de seres apenas uma metade do teu todo. Hoje é um dia tão bom quanto qualquer outro, até porque podes já nem ter um amanhã...

O que é que já aprendeste com a idade?

setembro 23, 2020 0 Comments



O que é que já aprendeste com a idade? O que é que te permites agora que sabes quem és e que te reconheces em cada sentimento? O que é que o mundo te consegue ainda dar e de que forma te dás agora, retirando o que já não deve permanecer?

Mais velho, mais sábio! Deveria ser desta forma, mas o formato de muitos que escolhem envelhecer mal por não serem capazes de largas as amarras que os prendem à angústia e à culpa que arremessam aos outros, não lhes acrescenta qualquer sabedoria. Crescer emocionalmente resolve tantas questões, das pequenas às aparentemente gigantes, porque elas terão sempre a dimensão de quem as olha. Olhar para o agora, quando resolvemos o antes, imprime uma certeza absurdamente coerente ao amanhã e no meu amanhã vou querer-me bem maior e muito mais capaz de me superar neste desafiador e frágil equilíbrio a que chamamos de vida.
O que é que acreditas ter armazenado que te possa verdadeiramente servir enquanto continuas a tua caminhada? O que é que vês enquanto te olhas e prossegues ainda mais determinada? O que é que te falta ser e saber? O que é que ainda não saboreaste e que lugares ainda não te acompanharam? O que é que podes refazer enquanto fazes acontecer tudo à tua volta? O que é que ainda esperas para começar?

22.9.20

Muda-te para mudares!

setembro 22, 2020 0 Comments



Deixa-te ir devagar e embalada num ritmo que te faça sentido. Permite-te respirar de forma tranquila, deixando para depois o que não precisas de resolver agora. Aprende novas habilidades e usufrui do talento que afinal também tens. Reconhece-te nos silêncios, mas usa os sons para te dizeres o que precisas de ouvir. Procura o teu equilíbrio, ou permite que te encontre enquanto te manténs disponível para este estranho, mas maravilhoso mundo novo. Faz diferente, faz melhor, faz com alma e entrega. Faz o que apenas faz bem e nunca te faças mal, esquecendo-te de que és a pessoa que importa mesmo. Faz por saberes como se faz, mas não deixes de fazer por ainda não saberes.

Permite-te apreender o que te rodeia e percebe, em cada novo acordar, o que precisas verdadeiramente de mudar para que mudes da única forma possível, a que estará sempre certa. Permite aos outros que te entendam e reconheçam e facilita o processo que te facilitará o percurso. Permite-te ser mais e melhor, porque mesmo que tenhas deixado de acreditar, poderás ter sempre uma nova versão e ser a pessoa que a tua pessoa interior identifica.
Fica contigo mais vezes e abstrai-te dos que apenas te consomem e te impedem de estar alinhada com a tua energia. Fica no teu lugar seguro, mas arrisca novos, porque até os mais distantes e irreconhecíveis se poderão tornar surpreendentemente naturais. Fica em cada momento como se fosse o único e estarás a replicar muitos mais.

21.9.20

Porque razão ignoramos a razão?

setembro 21, 2020 0 Comments



Porque razão precisamos de caminhar tanto, na maioria das vezes, até sabermos que chão estávamos verdadeiramente a pisar? Porque não pode tudo ser mais claro, rapidamente, ao invés de lento, escuro e inseguro, até que a segurança nos invada de volta?


Quando escolhemos manter as dúvidas, alimentando-as religiosamente, a clareza afasta-se, como que a dar-nos tempo reavaliarmos. Quando precisamos de nos testar até ao limite, acabamos por limitar alguns dos avanços tão duramente conquistados. Quando não nos respondemos de imediato, suspendemos as questões, mas apenas para as enfrentar depois, porque não há como fugir à realidade, nem à nossa essência.

Porque razão escolhemos ignorar a razão e entregamos os sentimentos e as emoções nas mãos erradas?