1.8.22

As memórias...

agosto 01, 2022 0 Comments



As memórias por vezes traem-nos, passando-nos imagens que nunca estiveram lá, com pessoas que nem sequer existiam e que fantasiámos na totalidade. Porquê? Talvez porque seja mais fácil e porque tudo o resto se encaixe melhor, ou talvez porque sejamos mais frágeis do que parecemos! 

Quais são agora as memórias de ti? Deixa-me analisar, preciso de fechar os olhos e de te ver outra vez. São as reais, sei que sim, porque são demasiado recentes para estar enganada. Consigo chegar bem perto do teu pescoço, beijar-te o queixo, tocar a tua face com a minha, encostar-me ao teu peito e deixar que sintas o meu corpo, roçando-me de mansinho, mas de forma a que fiques pronto para me receber. 
As memórias de ti são tão reais que poderíamos estar a fazer amor agora mesmo, aqui onde estou a pensar em ti, ainda de olhos fechados para que seja mais intenso e para que tenhamos o que já foi nosso antes. Consigo tocar-te, ainda vou conseguir fazê-lo mais algum tempo, até que cada pedaço do teu rosto se suma, o teu cheiro me abandone e a tua voz já não me entre tão dentro como o fazias. Nessa altura, quando o meu coração sarar de vez, talvez também as memórias passem a ser apenas isso, memórias.

A nossa mente também nos prega partidas boas, ela brinca para que possamos aprender a aligeirar. Deixa-nos sentir o que deveríamos mesmo ter sentido e por isso as mantemos, às memórias, as nossas e as de quem passou a fazer parte da nossa história. Neste momento já te sinto outra vez, não sei se foi por tanto te querer, não sei se te visualizei e passei ao Universo; Não sei o que mudou, mas certamente que foste tu, afinal de contas saíste das minhas memórias e estás aqui, estou a olhar-te e posso tocar-te, como tantas vezes desejei e imaginei. Se quiseres vem que tenho como te recordar de tudo o que já fomos antes e prometo que vais gostar.

30.7.22

O preço de tudo!

julho 30, 2022 0 Comments



E porque tudo tem um preço, sobretudo emocional, vamos ter que começar a perceber quanto pagamos para sermos nós, para estarmos no nosso lugar e para prosseguirmos na direção a que nos propusemos!

Pagar para manter o que nos mantém, não nos defraudando, não mais do que conseguimos aguentar, certamente que será uma das soluções. A irreverência, a teimosia desmedida e a ideia de que podemos tudo, quando e de cada vez que quisermos, é apenas teórica, porque a vida prova-nos exactamente o contrário. Tudo vem com etiquetas, umas de valor inatingível e outras bem mais acessíveis e possíveis de pagar. Tudo o que conhecemos aqui, neste lugar que é tão nosso quanto o queiramos pensar, deve ser pago e por vezes com a própria vida, não numa morte física, mas numa bem mais dolorosa, aquela que nos esventra a alma e nos desgasta o espírito.

O preço de tudo o que nem precisamos de comprar limita-nos os desejos, os sonhos, os sorrisos e a capacidade de acreditarmos que não ficaremos sozinhos, por isso pagamos e voltamos a pagar, com juros altos, aqueles que se embrulham na venda de nós mesmos. O preço de tudo que alguns vão colocando subindo a fasquia do viver tão alta, que o mais fácil na maioria das vezes é mesmo pagar, sem olhar para trás e seguir como seguem todos.

Pago os meus consciente de que estou errada, mas que no erro pouco mais poderei fazer, porque não me cabe a força do mundo e porque sozinha não terei como o mudar. Sei o preço que pago por me atrever a ir sendo eu, da minha maneira, mas essas contas terei que prestar a mim mesma, mantendo a esperança de que o saldo vá sendo positivo e que pelo menos a alma permaneça comigo e no meu corpo. Pagar até que pago, mas vou exigir igual retorno no investimento. 

A que preço te tens vendido, será que sabes?

29.7.22

Vai devagar!

julho 29, 2022 0 Comments



Vai devagar, chega de mansinho ao teu lugar, mas de forma determinada, a saberes o que importa e quem. Vive mesmo todas as horas, não como se fossem as últimas, mas sim as primeiras, porque os começos têm um sabor especial. Escolhe devagar e segue a tua lista mental, não abdicando de nenhuma prerrogativa, porque se o fizeres acabas com mais do mesmo, cruzando-te com as mesmas pessoas. 

Vai devagar, mas decide rapidamente e não te encolhas perante o que já sabes ser teu e à tua maneira. Vai devagar, mas vai ter com quem te importar e fizer sentido, porque se deixaste de querer esperar, então só pode significar que estás pronto.


28.7.22

Não e não mesmo!

julho 28, 2022 0 Comments



Não carrego o peso dos outros, nem me esforço por resolver o que não me cabe; Não tento compreender para agradar, porque não me agrada que ainda tantos não saibam como se entender; Não me foco na vida que não terei forma de viver e escolho viver a minha tranquilamente e com sabedoria;

Não me volto para trás à procura do que perdi, escolho antes encontrar o que me pertence; Não perco tempo a justificar-me, até porque alguns não saberiam o que fazer comigo depois; Não ofereço a outra face e já estou demasiado longe da santidade, por isso não espero converter ninguém; Não descarrego as minhas dores em quem quer que seja, lambo as feridas, continuo de sorriso em riste e confiante na cura interior; Não magoo para me sentir mais forte, até porque a minha força está na generosidade, mas cuidado, não "cutuquem" a leoa; Não tenho pressa de coisa alguma, mas não permito que me atrasem a caminhada; Não sou muito diferente, nem melhor, sou apenas e tão só igual a mim mesma e essa, se conseguires ver, vais seguramente querer conhecer!

27.7.22

Será que se acreditares consegues?

julho 27, 2022 0 Comments

 


Quando o que te dizem te toca e faz sentido, passas a acreditas em cada palavra, conseguindo superar pequenos, grandes nadas, ampliando a tua disponibilidade, aceitando e incluindo mais um. Os que estão na fase dos recomeços e os que terminaram, achando que não voltariam a desejar ou a serem desejados, entendem do que falo!

Chegamos a uma fase, alguns de nós, em que apenas queremos TUDO, não aceitando menos de nada, mas arriscando a nunca chegar, a nunca ter e a nunca encontrar. Queremos o que não conseguimos ter antes; Queremos emoções que se diferenciem de tudo o resto; Queremos ser apenas nós em tudo o que pertence ao outro e queremos não duvidar, sentindo que nos conseguem entender de cada vez que alguns medos se instalam, mesmo que infundados. Porque é que complicamos o simples? Porque é que magoamos quem nunca nos magoou, abandonando quem nos ama? Porque deixámos afinal de acreditar? Talvez porque tivéssemos permitido que o cinzento do inverno ofuscasse as cores do verão, ou tão simplesmente porque nos cansámos de querer o que ninguém parece ser capaz de dar.

Se acreditar fosse fácil, se ouvir trouxesse os sons que esperamos e se aceitar o outro nos sossegasse... Tantos "ses", os mesmos de sempre! 

Se acreditares conseguesfoi sempre o que me ensinaram e é o que oiço repetir até à exaustão. Se acreditares consegues deixar-te ir, permitindo que pensem um pouco por ti, o bastante para que parte do teu peso, o de querer sempre fazer bem, se aligeire. Se acreditares consegues perceber que haverá quem te queira realmente e precise de te incluir para que fiquem ambos no lugar certo. Se acreditares consegues ser bem mais feliz do que és agora!