25.8.22

Quais são os teus medos?

agosto 25, 2022 0 Comments



Os medos, os tais que chegam quando menos precisávamos e quando até já parecíamos ter sido convencidos. Os medos terão talvez uma função definida, mas que nos poderão atrasar os passos, fazendo-nos recuar nas decisões que já tinham sido tomadas e até de forma acertada. Os medos deverão ser lidos e entendidos, porque as razões até poderão estar disfarçadas, mas serão tão ou mais válidas quanto nos esforçarmos por as contrariar.

O ser humano resiste à mudança porque necessita de conforto e de segurança, sem entender que eles são tão ilusórios quanto o medo de não ser bem-sucedido. Não temos garantias de nada, apenas de manter vontades, ou de as mudar para melhor nos adaptarmos. O medo dos recomeços, dos compromissos, dos amores novos e do largar de antigos. O medo de não termos um lugar, quando o nosso já estava definido... É de cada um que somos feitos e nos alimentamos mesmo sem nos apercebermos, talvez porque sejam tantos quanto mais fértil for a nossa imaginação, mas a verdade é que é possível deixar de sentir medo, devagarinho, com alguma sensibilidade e muito bom senso, sem querer tomar o mundo todo de uma vez só, estando disponível para ouvir com atenção o coração, as dores, os desconfortos e todos quantos nos rodeiam, porque mesmo no meio de muito barulho, se estivermos tranquilos saberemos retirar os sons certos.

Sentes medo de cada vez que o que esperavas ouvir não chega. Sentes medo quando percebes que dás mais do que recebes. Sentes medo de não estar a fazer a leitura certa. Sentes medo porque ter medo te dá imensas desculpas que usas para não parares de ter medo.

medo tem mantido a humanidade, mesmo que de forma periclitante, mas chegará uma altura em que teremos que avançar, parando de lutar contra fantasmas e aceitando a verdade, porque mesmo que se venha a provar dolorosa, será a nossa e depois de revelada poderemos reconstruir-nos com o que restar.

24.8.22

O amor tem várias formas !

agosto 24, 2022 0 Comments



Esbarrámos literalmente um no outro. De repente e em apenas alguns minutos, tudo estremeceu. As minhas fundações, aquelas que julgava firmes, sólidas e seguras, abanaram e mostraram-me como se pode ser realmente frágil e vulnerável.

Encontrei-te numa daquelas viagens que reservava apenas para mim. Ia sempre sozinha, desfrutava dos meus silêncios e por norma avançava alguns capítulos do livro com data firmada. A Itália tem uma luz muito própria, uma língua votada ao amor e pessoas que se entregam à dádiva e aos abraços. Pessoas que nos pregam mil e um beijos, que nos olham e conseguem ver. Eras assim e contigo a vida uma montanha russa de sentimentos, mimo, sexo do melhor que alguma vez tive, passeios à beira-mar e silêncios cheios de palavras.

Durante o dia, quando não podíamos estar juntos, escrevia como uma louca. Os meus dedos pareciam ter vida própria e nem a Carlota, a minha agente, conseguia acreditar no avanço que estava a dar ao livro. Andava eufórica, a enviar-me mais projetos novos e a sugar-me a alma. Mas à noite tinha-te por completo. A casinha de pedra cinzenta que alugara recebia-nos, permitindo jantares ao luar e muito amor feito sob a relva. Querias-me inteira, que te lesse os meus livros e que dançasse ao som dos discos que ias escolhendo.

- Já sabes como vais encaixar a distância, como se vão ver e se alguma coisa se irá manter?
- Sabes Paula, não me apetece pensar nisso agora, se passar a ser apenas um amor de verão, que seja. O que tive já não me pode ser tirado, cresci, aumentei o ego e também o peso com tanto jantar.
- Ama-lo?
- Muito, mas de forma serena, sem esperar mais do que estou a ter agora.
- És escritora, quanto a isso não restam dúvidas. Tens uma forma muito própria de te veres e aos outros.

Já no meu apartamento, da janela que me deixa olhar para o mar que nos separa, bebo o meu chocolate quente e tenho nas mãos o livro com a história de outras vidas, da minha e daqueles que vou deixando cruzar-se comigo. Não tenho qualquer receio, o que tive bastou-me, o Salvatore chegou e fez-me acreditar outra vez em mim, nos sonhos e no amor, aquele sobre o qual não me canso de escrever. Deixámos promessas, muitos beijos que selaram todas as palavras de amor que fomos capazes de pronunciar e ficámo-nos na pele para sempre. Mesmo que não o volte a ter. Mesmo que o depois já não seja tão encantador e colorido, tudo o que nos demos preencheu-nos. O amor tem várias formas e formatos e o nosso teve o que nos cabia.

23.8.22

True colours!

agosto 23, 2022 0 Comments

 

Sue Amado´s photo

                                                  Estar no sítio certo à hora que conta mesmo!

Será que se espera?

agosto 23, 2022 0 Comments



Ainda não sei e muito provavelmente nunca chegarei a saber, se esperamos mesmo por alguém, pela pessoa certa, ou se apenas seguimos a corrente recebendo o que estivermos preparados para ver!

Fui desenvolvendo, achava eu, um modelo de homem, o companheiro que gostaria de ter ao meu lado, mas o Universo, a vida, o que quer que seja, mostrou-me outras versões melhoradas e que mesmo não se encaixando no que achava ser importante, acabou a ser BEM melhor. A lição que tirei disto é que não adianta sermos demasiado julgadores, nem sequer fundamentarmo-nos em imagens distorcidas ou abonecadas das pessoas "perfeitas", porque elas não existem assim. Cada pessoa carrega características que poderão, ou não, completar-nos e não importa a altura, o formato, a cor dos olhos, ou sequer o tom de voz. "Bonitinhos" só mesmo os gatos e dos que não arranham.

Não sei se estive à tua espera. Não sei se estive distraída, ou desatenta. Não sei se me iludi e desiludi para te poder receber. Não sei se te teria visto mais cedo. Não sei de que forma nos acertaríamos no nosso passado. Sei muito pouco do que foi, mas do que está a ser quero saber TUDO, porque afinal até és até o que nem cheguei a pedir.

Será que se espera e por isso se erra mais vezes?

22.8.22

Algures na noite!

agosto 22, 2022 0 Comments

 

Sue Amado´s photo


                                                           Lugares que se tornam especiais!

Continua a fazer escolhas!

agosto 22, 2022 0 Comments



Quando não lidas bem com o outro, é porque não estás a saber de que forma lidar contigo!

Dá-te amor e recebe todo o que te é reservado. Abraça até que te doam os músculos, mas a alma sossegue e o coração deixe de ter dúvidas. Beija, beija muito e sente na tua boca os lábios que te regarem do doce sabor da vida e dança ao som das músicas que te movem para além do que já sentes dentro. Sê diferente, mas sempre igual ao melhor de ti e espalha aos quatro ventos tudo o que acumulaste e poderá servir aos outros tal como a ti mesma.

Quando desistes rapidamente achando que te estás a proteger, apenas recuas ao invés de avançares na direção do que te espera e te pertence.

Recebe sem cobranças. Aceita, com a mente aberta o que até sabes ser certo. Ouve as palavras que tantas vezes repetiste e guarda-as porque também te são dirigidas. Abre as mãos para as que se envolverão nas tuas com determinação e assegurando-te de que serão para o sempre possível. Vai sem rotas definidas ou sequer antecipadas e volta apenas quando te sentires cheia do que te permitirá continuar amanhã, depois e mais um dia, até que nos restantes mais nada te reste do que ser feliz.

Quando achares que ainda não estás pronta, pensa outra vez e quem sabe a segunda volta já trará o que sabes ser teu.

Chora se rir já não for possível, mas usa as gargalhadas quando chegarem, para que te continues a sentir viva, válida e capaz de ainda tocar alguém. Acredita até quando duvidares, mas nunca duvides do que conseguires sentir, redireciona-te apenas e recomeça do ponto que já tomaste como partida, partindo para a viagem que terás que fazer se realmente quiseres concluir o que te trouxe aqui. Deixa-te ir uma vez que seja e sê o que te der na real gana, mas depois volta para que tenhas ainda mais, porque afinal de contas até mereces.