15.4.12

Sofia



- Então Jorge, por onde tens andado homem que ninguém te põe os olhos em cima?
- Iiiiiih! Nem tu queiras saber.
- Já percebi, há passarinho na costa.
- Nem mais. Encontrei a mulher da minha vida.
- Not again! Lá vamos nós. Quem é agora?
- A Sofia do quinto piso.
- Da informática?
- Sim, a morena que vimos no almoço a semana passada.
- Estás a gozar. Aquela… bomba??
- É linda Antunes, linda!
- Conta, conta tudo. O que andaste a fazer?

Estes dois já se conheciam desde a faculdade, chegaram a partilhar namoradas, altas sessões de sexo em camas encostadas. Até gemiam em conjunto e passavam horas a deslindar as capacidades anatómicas.

- Caramba, a fulana era malabarista ou quê? Perguntara Antunes aquando da tarde inteiiiira com a Joana. Ou seria Ana? Bem, na verdade não importava muito. Coleccionavam, na verdadeira acessão da palavra, romances de cama e até partilhavam gostos e medidas.

- Ouve, é desta que eu fico pelos beiços, esta é diferente Antunes, completamente.

Nada o preparara para uma mulher assim. Para além do seu corpo perfeito, curvilíneo, ancas generosas, ligeiramente mais baixa do que ele que estava no metro e setenta e cinco, possuía longos cabelos negros, uma pele morena, parecia ter chegado de uma qualquer praia paradisíaca. Que pele sedosa, não se cansava de a tocar e mexer e beijar e chupar. E os lábios? Oh deuses, aquela boca enlouquecia-o. Que boca, e que sorriso, sob uns dentes brancos e imaculadamente certos. Deitava-lhe um sorriso malandro, de mulher segura de si, mas na intimidade…
Deitada na cama, disponível, mas quieta de olhar arregalado, com aqueles olhos de castanho mel, ali parecia uma menina, obedecia-lhe, implorava-lhe que se acalmasse, sim, porque o seu gemer o enlouquecia, ficava louco de vontade de lhe morder, penetrava-a sem cuidado, simplesmente porque não queria sair de dentro dela, era sua e exigia-lhe! – .

- Jorge por favor!
- Queres que pare?
- Não, não…
- Pede-me então.
- Quero-te dentro de mim, por favor anda. Jorge calma, não me magoes meu amor, calma.
- Não consigo, não me canso de ti. Caramba, o que fiz para te merecer. És linda, e como te mexes querida, que movimentos, queres enlouquecer-me?

Era uma menina mulher, parecia ter toda a experiência do mundo, mas ficava submissa e Jorge virava-a e revirava, possuindo-a como um louco, usando de meiguice e de força e sentia-se descontrolar, sobretudo quando a Sofia se vinha.

- Avisa-me quando te estiveres a vir Sofia, quero partilhar tudo contigo.
- Jorge, porque não te consigo saciar amor.
- Tonta, estás a fazer tudo bem, tudo ouviste-me?
- Mas tu não te vens…
- Eu vou-me vir, mas quero ter-te toda, anda, dá-me essa boca, deixa-me chupar-te. Sabes que quase me enlouqueces com esse gemer? És minha?
- Sim amor, tua, toda tua.
- Vira-te linda, anda cá.
- Não, por favor amor, estás demasiado excitado, não…
- Meu amor, anda que não te vou magoar, vou-te fazer minha, ter-te até que me doa a mim por dentro.

- Jorge, vais-me contar ou não?
- Meu amigo. A partir de agora sou oficialmente um homem de uma mulher só. E esta eu não vou partilhar contigo, nem sequer em pensamentos.
- Foste agarrado?
- Chama-lhe o que quiseres, mas sou diferente, quero, amo e alimento-me dela. Não a vou deixar fugir porque encontrei a minha metade.
- Tudo isto porque o sexo é bom?
- Tudo isto porque para além do sexo, tudo o resto é bom e porque para além de nós, nada mais tem importância!

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