Estou sentada na cama, finjo ler, uso o teu perfume favorito e vou respirando fundo. Provoco-te, mas há muito tempo que te deitas sem sequer me olhares, sem me procurares, sem me dizeres boa noite e eu fico aqui, desejosa de ti, a querer-te. Não sei se me estás a castigar, porque me conheces, preciso do teu corpo todos os dias, de contrário o meu deixa de funcionar, mas paraste de me tocar, já não sei quando, apenas que há demasiado tempo. Sinto as minhas pernas estremecerem e agarro-as forte, apetece-me gritar que te quero, mas os sons não saem, não entendo, não te entendo.
Outrora, no que já me parece uma eternidade, assim que me olhavas, lançavas aquele sorriso de luxúria, de fome de mim e puxavas-me pelas pernas até ao fundo da cama, onde me esperavas, sequioso do que dizias só eu te poder dar, mas agora, agora passo as noites com suores frios, evitando encostar-me a ti porque me rejeitas, cheirando o teu cabelo e sentindo todo o meu corpo reagir. Agora as minhas noites são em claro, pensando em tudo o que se passará contigo, será outra mulher? Eu não iria aguentar, não, tudo menos isso.
Cansada, resolvi dormir no sofá, pelo menos não te sentiria e já começava a acusar desgaste físico e mental. Consegui finalmente adormecer, mas de repente o calor invadiu-me, o teu peso quase que me esmagou, os teus lábios pressionaram os meus roubando-me o ar. Magoaste-me, deixaste-me a arder, nem me permitiste preparar, "comeste-me", louco, a tua respiração assustava-me, mas eras meu outra vez, voltaras de onde quer que tivesses estado. O meu corpo agradecia e a minha mente sossegava.
- Artur..
- Shiu, estou aqui, goza, sente.
- Amo-te, tu sabes.
- Sei sim querida!
0 Comentários