Mereço ou não prometer-me a mim mesma ir até onde tiver que ser para conseguir que cada sonho deixe de o ser? Já consigo que as lágrimas sejam de alegria e que aceite de forma estóica cada erro cometido, cada olhar que deixei de ver e cada pedaço de muitos outros que não bastaram para que deixasse de ser apenas eu. Levou tempo até que aceitasse que ou sigo da forma que me identifica, ou ficarei pela metade, lamentando sempre o que permiti que me fizessem acreditar. Demorou, mas consegui, sobretudo, entender que não me posso camuflar, que se me defraudar em qualquer momento, jamais me conseguirei perdoar e que não tenho mais vidas para compensar o que não tiver tido forças para manter.
Parece simples. Parece fácil de entender, mas nunca o será, nem que todas as estrelas no céu se reposicionem. Aceitar-me custou-me tanto que até me arrepia pensá-lo, mas também me fez a única pessoa que concebo, a que olho em cada dia e reconheço. Sou eu em cada sorriso, em todas as lágrimas que largo de forma compulsiva, porque agora quando choro, faço-o como todas as tempestades conhecidas ou por identificar. Não sei sentir pela metade. Não provo, bebo e engulo rápido. Eu sinto todo o calor e sabores bem misturados e únicos.
Mereço a mulher que construí. Mereço não me deixar quebrar e ter conseguido passar a sentir e a desejar TUDO, para o bem e para o mal. Agora quem me quiser merecer que trabalhe tanto quanto eu!
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