Tens mistério no apelido. És fugidio, diferente, mas muito próximo do que considero certo. Pareces saber muito sobre mim, ficando numa enorme vantagem, já que a cada dia sinto saber ainda menos sobre quem és e o que esperas de nós, se é que esperas alguma coisa. Vais e vens sem promessas, ou desculpas. Falas do que sabemos falar juntos e quando acredito estar a acertar, deixas-me.
Amanhã estarei por mais um dia à espera e mesmo que me convença do contrário, ou tente, as horas irão correr contigo no pensamento. O que fazes? Com quem acordas e de que forma levas as noites em que não estou por tua escolha?
Não sei ao que soa o timbre da tua voz, mas gosto de a imaginar, sentindo-a entrar em mim e ressoando com as palavras que sabiamente usas, deixando-me a querer mais, muitas mais. Não sei o que pensar de todos os pensamentos que me envolvem e do tempo que me "roubas" até quando estou, mecanicamente, a fazer o que me cabe. Não és igual, ou sequer parecido com os poucos que comigo se cruzam e não te vergas à vontade silenciosa que tenho de ti, mas que descortinas tão bem. Não me deixas liderar no mundo que decidi criar, porque me assenta como a uma luva e nunca estou segura com a tua segurança. Não me pedes o que seria expectável, mas também não ofereces nada do que estou há muito pronta para receber.
Tens algo que julgava não procurar, mesmo que aparentemente não tenhas nada que acreditasse precisar ou sequer querer. Tens uma luz que chega para me iluminar quando apareces, mas rapidamente me deixas às escuras e incapaz de me renovar. Tens o que ainda não consegui entender, mas já entendo o que sinto quando não te tenho e não gosto.
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