Tudo o que me acontece vem com um propósito, lição ou tão somente como que com um rematar de pontas soltas. Sou, por norma, atenta aos sinais, aos olhares que vêem enquanto olham e às repetições de tudo o que jamais poderei aceitar. Sou exigente para com os que amo, porque é com eles que pretendo permanecer, alimentando-me do que me passam e passando-lhes do que acumulei e testei, sabendo o quanto vale. Tudo o que me acontece tem um tempo e um momento para começar, mas também termina, talvez à mesma velocidade, se não me levar a lugar algum. Tudo o que já me aconteceu fez de mim a mulher que respeito e admiro e o que ainda acontece seguramente que me manterá no trilho, cimentando-o para que se torne ainda mais fácil de percorrer.
Saber do que falo, de mim e do que antecipo nos outros, por vezes parece fácil e natural, mas é igualmente cansativo e desmotivador. Entender do que os outros fazem com que seja incompreensível, desgasta-me a vontade de esperar pelo que eventualmente possam ter de bom Entender que entendo tudo, vendo-as a olho nu, castiga-me e corrompe a criança interior que tanto tento proteger. Saber que sei tudo não deixa margem para o doce sabor da surpresa.
Tudo o que me acontece, mesmo que me envolva em dúvidas e dores invisíveis, acontece quando e como era suposto e é por isso que confio no processo e aguardo, sem qualquer desespero, pelo tempo em que já não terei que continuar a esperar.
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