22.8.23

Que vida me calhou?



A vida vem e vai em etapas que por vezes galgamos, mas que também vivemos, os mais sábios, de forma a sorver cada lição, todos os dias de chuva intensa e os que nos quase nos queimam pelo sol que fica bem mais do que "lá" fora. A vida como a conheci, ainda menina, ansiosa pelo mundo que me esperava e inquieta o bastante para inquietar todos ao meu redor, não se transformou em nada que tivesse sonhado ou sequer antecipado. A minha verticalidade, pés no chão, mesmo sendo dum signo de ar, e todas as convicções de que me fui rodeando, afastaram uns quantos, mas permitiram que os melhores permanecessem. A completa ausência de síndromes de Cinderela, fizeram com que não almejasse ao mesmo que as restantes meninas e mais tarde mulheres com que me cruzei. Queria-me entender e sorvia os dias que envolvia nas palavras que sempre me encheram e preencheram, tendo aprendido a sua importância logo aos cinco anos de idade.

A vida, esse enigma que se quer ver desvendado, vem até nós com a intensidade com que nos colocamos lá, onde tudo acontece, mas também suaviza o que tratamos de manter tranquilo, previsível quanto possível e consistente até que nos mudemos após evoluir. A vida que me calhou, tem trazido bem mais do que me atrevi a pedir, porque até sou de pedir pouco, entendendo que receberei na proporção que der. A vida, a que tenho agora, colocou-me no lugar, ponto e momento que desejei e fiz por ter. Já me parei de reclamar, ao invés reavalio, analiso-me ao milésimo de segundo, cansando-me obviamente, mas retirando o que não fará falta para depois, ou mantendo o que nunca sobrará. A vida vale mesmo a pena ser vivida e não o entendi apenas hoje, mas passei a valorizá-lo muito mais agora, mas continua a dever-me um amor que me ame verdadeiramente, tanto quanto já aprendi a amar.

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