O que é que ouves quando não falo? O que entendes do que nem eu pareço conseguir entender, sobretudo por me fustigar, apenas para que te mantenhas firme no propósito de te manteres? O que esperas do tempo que tem corrido à velocidade do som, para que a espera termine, a tua porque me desejas curada e a minha porque anseio por uma cura milagrosa?
De cada vez que magoamos, porque escolhemos ignorar ou porque fomos escolhendo quando olhar, deixamos marcas que nos estreitam as possibilidades de viver e conviver com serenidade, e é nesse turbilhão de emoções que nos afastamos do amor e de tudo o que carrega. Sempre que adiamos o propósito de incluir quem já nos escolheu, por nos ter reconhecido, afastamo-nos dos toques, das palavras simples, mas intensas e das certezas que o outro nos merecia.
O que sonhas e com quem, para que o acordar valha mesmo a pena? Que planos já te permites, mesmo que planear amorosamente seja um luxo ao alcance de poucos? Quanto vale a tua determinação em amar da mesma forma que és amado, partindo do princípio que já sabes que o mundo vai continuar a girar à mesma velocidade, quer estejas ou não preparado?
Será que me ouves quando não falo?
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