Gostava de saber, ou de ter sabido antes, que não seria a pessoa certa para quem julgava poder acertar comigo. Precisava, lá atrás, de ter entendido que nem sempre carregamos o que o outro precisa, sobretudo quando nem ele sabe do que precisa verdadeiramente, mas faltava-me coragem para aceitar que estava a ver exatamente tudo para o qual olhava e que jamais poderia ser vista por mim. Gostava de me ter dado menos, mas hoje não seria tão forte e determinada.
Ser ligeiro, sem demasiados planos ou a planear apenas o que chegar, torna as pessoas menos exigentes, mais planas e nada dadas a confrontos pessoais, até porque nem se conhecem o suficiente para o fazer. Ser dos que apenas habitam o planeta, correndo se todos correm, ou andando por onde é recomendado, deve ser tão tranquilo e seguro, que nada fará com que arrisquem querer, pensar e ser, apenas porque sim. Ser igual a todos, mas almejando a diferença, não é algo que se conquiste do nada e é por isso que muitos nada desejam a não ser ter, para que não lhes seja exigido ser. Ser pequeno quando o mundo é tão grande e, radiante e pleno de tudo o que imaginamos ou sonhamos, só poderá ser entendido e aceite por quem aceitar o que chegar, não importa o quê.
Gostava de saber ao que sabe um amor sem esforço, sem planos que me arremessassem qualquer possível plano para bem longe e sem desculpas que me retirassem a responsabilidade de apenas ser feliz. Gostava de um dia poder apenas gostar de quem já gostasse de mim, assim, de forma simples e sem que precisasse de o pedir. Gostava de "te" já ter aqui, quem quer que soubesses e fosses capaz de ser.
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