O que queres de ti e dos outros, sabes?



Do que é que estàs à espera, numa relação, quando não esperas nada?

Quem entra trás histórias que nem sempre se encaixam nas nossas. Quem chega, de forma intencional ou não, fá-lo porque precisa de algo, que até pode ser apenas o nada que uma noite carrega, carregando a ligeireza e o descompromisso. Quem nos escolhe, até quando não parece escolher ninguém, não de forma emocional, seguramente que sabe ao que vem, ou deveria, porque as relações não são controláveis, até para os que creem no inverso.

Temos modelos definidos, desejos ocultos, alguns impronunciáveis e vontades que nos deixam com uma enorme vontade de começar ou recomeçar com quem se nos entre pele dentro. Temos tempos que por vezes colidem, mas tendemos a relativizar o que não explicamos, resvalando no risco que sempre corremos quando apenas corremos na direção de alguém. Temos passes e impasses que nos misturam com a multidão, ou que nos mostram o quão afastados estamos de todos os outros, os que proliferam nas relações sem relacionamento e no não-compromisso, para que se avolumem os que sofrem de síndromes irrepetíveis e que apenas aumentam o número de infelizes de serviço. Temos cada vez menos para dar, até quando damos mais corpo e entregamos a alma por tão pouco.

Do que é que estás à espera quando não esperas pelo único sentimento que te poderia salvar os dias?

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