16.2.15

Sensações, emoções...

fevereiro 16, 2015 0 Comments



Dizem-me que sou exímia em passá-las, que pareço saber do que padecem os outros, de que forma se sentem, nos momentos menos bons, mas também nos que vão chegando para nos iluminar!

Penso, e isto sou eu a analisar, que aprendi a não me refrear, a querer, sempre, o que é suposto, em cada momento, no que me deixará passar para o patamar seguinte, porque os caminhos fazem-se realmente caminhando. Aprendi a deixar muito pouco por dizer, a usar as palavras que quase "lutei" para conquistar, quando apenas aos 5 anos, supliquei que me ensinassem a ler e a escrever, e as passei a sentir tão dentro, porque reproduziam o que apenas muito mais tarde aprendi a entender, reproduziam-me a mim. Com elas poderia passar a explicar o que desejava, a fazer-me ouvir, com os sons que tocam os outros e cedo comecei a tocar, mesmo que me achassem algo estranha pela profundidade, pela determinação em corrigir erros ortográficos, porque as palavras são preciosas para mim.

Eu sou todas as sensações e emoções que armazenei, sem elas ficaria vazia, incapaz de me mostrar, incapaz de "vos" entender e por vezes com a quase vidência perante o que cada rosto mostra ou tenta esconder.

Sou eu a que nunca recusa uma palavra, um gesto, um sorriso, mesmo que de alma ensanguentada, a segurar-me para não gritar que também estou a precisar, de todas as palavras que consigam juntar para me curarem do que por vezes padeço.
Sou eu a que fala consigo mesma, que se reconhece frágil ou com uma força de super mulher.
Sou eu a que abre as portas e os braços a quem chora por dentro e se recusa a entender as pedras do mundo.
Sou eu, a que está deste lado, de cada uma das vidas que já "toquei" para ficar, para nunca vos abandonar, para continuar a escrever até que me doam os dedos, até que se me seque a magia que pareço fazer, sempre e de cada vez que não me detenho para mudar cada um dos vossos mundos que juntos fazem também o meu.

Um dia, quando já pouco restar de mim, ficará tudo o que consegui dizer e até o que me neguei estará implícito em cada som que levou o vento, mas que de alguma forma até que chegou, lá, ao lugar certo, porque quem me conhece sabe que de mim terá sempre verdade, entrega, palavras duras, mas que fazem parte de mim e do que somos todos.

A minha homenagem à maior riqueza que possuo, ao que me esvaziaria se parasse, se me atrevesse a silenciar-me, porque até posso perder o maior amor da minha vida, e sobreviver-lhe, mas sem palavras não seria nada, seria uma pobre amostra de uma mulher que mesmo grande, como o são todas, não teria a voz nas mãos, nos lábios, no olhar.

Quando parar de vos passar emoções, sensações em forma de palavras, gritem-me, bem alto, que eu carregarei as baterias e começarei de novo.

Uma homenagem a vocês que fazem de mim o que sou. Obrigada!!

14.2.15

O que é que já não receias?

fevereiro 14, 2015 0 Comments

all the beauty things...

Deixei de ter medo de que o meu coração se transforme e que fique empedernido apenas porque uns quantos não o souberam cuidar. Sei que sou bem mais do que a forma como me olham e desejam e que o que pretendo para mim existe, por isso o meu sorriso já não é fingido, já o sei e já o entendi, porque quem me trás de volta sou sempre eu!

Já não sou de chorar, não por mim e não pelo que adianta muito pouco. Sou a que chamam de forte, mas sou forte porque me conheço e porque mesmo em cada passo menos seguro, acabo sempre a perceber de que forma errei, o que calculei de forma leviana e que defesas desarmei. Sou a que se levanta de cabeça bem para cima, olhando para lá de mim, com os braços abertos para os que necessitam de dias seguros e previsíveis. Sou a mulher, a que largou muita bagagem num passado que o passou a ser e para o qual não pretendo voltar. Sou quem programa cada pedaço de tempo que passei a querer que seja de qualidade, para mim e para quem sabe do que falo, mesmo quando não me lê na íntegra, mas que me tem. Sou eu, a que se aprendeu a amar, a que gosta de cada imperfeição e a que amadurece mantendo-se jovem de alma.

Já não receio que os meus braços fiquem fechados, porque já sei que os abrirei de cada vez que entender que vale a pena. Se me provar errada, terei caminhado mais um pouco, continuado e ficado mais perto de quem não receará nada, tal como eu. Viver só pode ser isto, continuar, encontrar, querer, lutar e amar inteira, não quero que seja morno, acanhado, quero tudo a que tenho direito e vou dar para ter, em cada hoje e nos muitos amanhã que ainda me pertencerão!


12.2.15

DESCULPA?

fevereiro 12, 2015 0 Comments
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- Desculpa lá, quando vieste até mim, éramos apenas nós os dois, os nossos amigos, o trabalho e tudo se encaixava na perfeição, por que carga de água me estás a falar agora na tua MÃE?

As relações chegam e com ela tudo o resto e todos. Os que muito provavelmente nunca irão engraçar connosco, nem nós com eles, mas que são como a bagagem, nem sempre vem com as malas mais bonitas.

Mães versus sogras, já algum tempo que deixei de lidar com esse sentimento contraditório, o de precisar de agradar a outra mulher, a mais importante na vida do homem que entrou na nossa, mas a de nos querermos demarcar de tudo o que ela representa. Viver sem esse "engasgamento" diário, poder ser maravilhosamente imperfeita, não ter que participar em almoços que se arrastam, e em conversas que testam a nossa capacidade de não nos agarrarmos ao pescoço de alguém e de o torcer como ao das galinhas... ufaaa, até respirei de alívio.

Vou querer uma relação assim, sem mães, cada um que fique com a sua, sem sorrisos forçados, sem explicações, nem histórias de quando ele era pequeno e gostava de ... Por favor, não há pachorra, não nesta altura da minha vida, mais perto do que nunca de ser avó.

 É verdade que sou pouco dada a partilha de emoções em grupo, sobretudo no feminino e quando ele representa competição. Não compito quando sei que não posso ganhar. Não compito por afectos, nem colos. Não compito quando sei o que é meu por direito. Não há forma de ganhar a uma mãe controladora, vão por mim. Elas sabem exactamente por onde agarrar" os filhinhos. Por isso desistam mal vos surja algo remotamente parecido, não há quem mereça. Por mim falo, até porque e para além de tudo, já tive a minha dose, por quarenta mil anos!

11.2.15

Não eras tu!

fevereiro 11, 2015 0 Comments


Eu tentei, juro que sim, e até que corria bem, mas lembrei-me de ti, do teu cheiro e não consegui, até o mais ínfimo pedaço de mim se arrepiou e soube que não seria capaz!

A música era suave, estava a ser bem cuidada, para que me soltasse e parasse de pensar no mundo lá fora, mas bastou uma palavra, igual à tua, ao que me chamavas de forma carinhosa, para que eu gelasse e fugisse, de mim, do que senti tão dentro que me assustou.

Não estou pronta e vai demorar, já o percebemos todos, mas estou a ser afortunada, afinal até tenho quem me olha e deseja, consigo sentir o calor de quem espera receber o que acredita ter eu para dar, não tenho do que reclamar, não posso.

Nunca mais serás tu. e um dia deixará de importar, porque deixarás de cruzar o meu pensamento, os cheiros não voltarão a ser familiares, o teu nome sairá de mim e as palavras já não te trarão junto.

Hoje não consegui, mas pelo menos voltei a sentir-me e a saber que estou viva!

Estou, mas apenas metade de mim!

fevereiro 11, 2015 0 Comments


Estou, mas apenas metade de mim, a parte que já não controlo, porque a que deixou de me obedecer já partiu, viajou há algum tempo, para fora de um corpo do qual recusa fazer parte...

Já nem eu mesma me quero, não me reconheço, não consigo que a minha alma sossegue, não sei como a trazer de volta. No meu mundo, antes de ti, eu sabia para onde tudo girava, sabia como arrumar cada emoção, entendia a linguagem e entendia-me a mim. Agora, aqui, continua apenas a parte que me permite funcionar, que me permite sorrisos mecânicos, que cada uma das minhas obrigações surja, como que por milagre, porque nem pareço ser eu a realizá-las, e quando sou eu, nada de mim está lá dentro. Estou tão vazia que parei de entender as piadas, apenas reajo quando me olham, surpreendidos com a minha quietude e eu me escudo numa constipação que não passa.

Hoje forcei-me a levantar, gritei e implorei ao meu corpo que reagisse, que me pusesse a mexer, um pé depois do outro, que me trouxesse até aqui para me limpar do que acumulei em mais uma noite que se arrastou, que me deu mais do mesmo e que me impediu de pousar a cabeça e apenas adormecer.

Preciso de parar, preciso que a dor saia, preciso de me limpar, de voltar ao ponto de onde comecei e no qual sabia exactamente para onde ir. Preciso de não pensar, de deixar de querer entender, preciso de aceitar.

Estou aqui a tentar convencer-me que tenho que voltar, que me faço falta, que tenho a energia que me parece ter fugido, mas que continua em mim e comigo e só tenho que a tocar para que volte.
Estou aqui, não consigo muito mais do que faço neste momento, mas sei que terei que estar sempre, para mim e para os que, no resto da minha vida, também estarão para me fazerem levantar, mesmo que sem mãos, mesmo que não saibam do que padeço.

Sei que a minha alegria lhes faz falta, que a forma como dançava, livre e determinada, lhes sossegava o espírito e mostrava que controlava cada pedaço dos nossos dias.
Sei que se não voltar depressa, o ar ficará pesado no nosso refúgio e que sou eu o motor que os move a todos.
 Sei que me amam o suficiente para me oferecerem o sol de novo e que eu vou precisar apenas de o aceitar e de entender que não posso cair, não devo, não tenho o direito.
Sei que estou aqui, agora, assim, mas que amanhã já será menos difícil, terá que ser, sou eu que me estou a dizer a mim mesma, a prometer, e eu cumpro sempre o que me prometo!

9.2.15

Quem é esta mulher?

fevereiro 09, 2015 0 Comments






Quem é esta mulher? Quem sou afinal e porque espero e desejo sempre demasiado de mim? Não sei relaxar, nem quando danço e abandono o meu corpo aos sons, nem aí deixo de me visualizar como quero ser, porque acredito que se não o fizer não restará mais nada meu. Convicções, sim, são importantes, tal como as cedências e a capacidade de aceitar os outros da forma como se construíram, porque mesmo que para mim não seja a melhor, é a que as compõem e foi assim que chegaram até a mim e ficaram. Se ao menos não fosse tão exigente e conseguisse ver para além de mim, mas acabo a achar que se o fiz, se o consegui, também o conseguirão os restantes mortais e que se não o fazem, é porque consideram não ser importante, não o sendo eu também afinal.

Se me perguntarem se também amo assim, de forma exigente e com entrega total, a resposta só poderá ser um SIM redondo, porque não há outra forma, não agora, não nesta altura da minha vida. Consigo olhar para cada tijolo em cada casa, até para os que ficaram cobertos de tinta, simplesmente porque continuam lá, foram a base,« e permitem a estabilidade, o erguer de espaços povoados por quem carrega sonhos, desilusões, choros e penas bem pesadas. Agora sou a sensibilidade na extremidade de cada pedaço meu, sou a que se arrepia com um olhar. A que quer ser vista por dentro. A que caminha atenta e já levanta a cabeça para olhar cada ser que se cruza no seu caminho. 

Não sei muito bem quem é esta mulher, mas começo a gostar do que oferece e apenas desejo que me gostem de volta com a mesma vontade e capacidade de absorver este mundo como ele é, com tudo o que nos dificulta os dias, mas que também nos borrifa com pedacinhos de uma felicidade que apenas os humanos têm capacidade de sentir.

Quem sabe um dia já não terei todas as respostas e do meu lado estará quem me tenha ajudado a chegar até elas de forma natural, porque se atreveu permitir-me partilhar tudo o que sei, tudo o que quero que sintamos ambos e tudo o que nos levará até ao final do nosso futuro. Quem sabe um dia não vos contarei que já posso apenas cuidar dos vossos amores, porque o meu chegou e instalou-se. Quem sabe...


8.2.15

SOL!

fevereiro 08, 2015 0 Comments



Hoje entrou-me, bem dentro e restaurou alguns pedaços, os que já se começavam a cansar de me sentir assim, down, com pena de mim!

Estou bem junto a ele, agora, a conseguir que o meu sorriso chegue, dominador e seguro, porque acordei com o corpo preparado e com a alma ansiosa por fazer o que me trará de volta, por sair altiva a perceber que foi apenas um percalço, que sou muito mais do que mostro e que é a minha força, a que tanto me custou a cimentar, que virá de novo ao de cimo para me certificar de que posso, de que consigo e de que chego lá...

Não quero apagar nada, mesmo que ache que não tive o controle, de mim, porque também me reservo o direito de errar e assim mesmo continuar, e quem sabe dar-me melhor na próxima.

Já me pus de pé, agradeci por tudo o que sou e tenho, afastei os cabelos da cara e percebi que afinal tinha sorrido todo este tempo!