25.2.15

Por onde foi que andei?

fevereiro 25, 2015 0 Comments
Erica Vanlee ..by Tolga Katas


Por onde foi que andei? Porque fui receando sempre tudo e evitando mostrar esta mulher que sente como respira, que sabe o que quer e quem precisa de ter para que cada poro deite para fora o que guarda dentro, faz demasiado tempo? Será maturidade ou apenas o fim de um ciclo, de avaliações extremas, de medo da pele que tem e que tanto que mexe com os outros? Não me vou perder em perguntas, agora estou mais interessada em conhecer as respostas, em seguir no caminho que vi bem lá atrás, quando era determinada pela inocência e pela capacidade de sonhar sem rede, de voar mesmo que não pudesse voltar à terra. Estou a trazer de volta a menina que sabia de que forma queria ser mulher, a que lugar do mundo pertencer e como se mover para não ficar demasiado quieta...

Sei por onde andei, mas não sei como lá cheguei e fiquei, e de que forma me apaguei e permiti que parte de mim, a maior parte, se auto flagelasse e deixasse de perceber como funcionaria, como me ligaria e manteria a funcionar, se apenas não receasse ser esta mulher.

Não sei por onde andei, mas gosto desta mulher. Gosto das minhas formas e do olhar que dispenso às coisas. Gosto dos planos que traço para cumprir. Gosto da minha capacidade de usar as palavras, de já as não recear, conseguindo que os outros se apoiem na força que afinal tenho. 

Espero já não ir tarde. Espero continuar a ver-me por fora, porque já sei o que me vai dentro. Espero manter esta capacidade de me sentir vulnerável, com desejos que já não escondo e com todas as partes de um corpo que despertei. Espero manter no meu percurso quem fui descobrindo, todos quantos tropeçaram nos meus sorrisos, até os que não conseguem ver. Espero que nunca vos faça falta, porque cuidarei de me manter por perto e a fazer o que já provei sair bem. 

Já vou sabendo mais umas coisas de mim e da vida que escolho a cada dia. Já vou sabendo que até as perdas valerão sempre a pena, porque por onde quer que tenha andado, sei que regressei sempre ao que afinal sou.

Esperou, esperou e ela chegou!

fevereiro 25, 2015 0 Comments

✣… The people we are in relationship with are always a mirror, reflecting our own beliefs, and simultaneously we are mirrors, reflecting their beliefs. So... relationship is one of the most powerful tools for Growth... If we look honestly at our relationships, we can see so much about how we have created them. ✣ Shakti Gawain arTist; Unkown (retouched by Ellen Vaman)




Esperou... esperou e ela acabou a chegar!

- O que aconteceu pequenina?
- Pensei não vir, estava cheia de medo.
- De mim?
- De nós, de recomeçar e de voltar a doer.

Quando o Fernando viu a Elvira pela primeira vez, ela parecia ter saído de um quadro de Renoir. Era frágil, as suas roupas tinham as cores do século XIX e  os lábios eram de um rosa suave, que muito provavelmente nunca teriam sido beijados. Deixou-o de imediato tão apaixonado que resistir-lhe nunca foi opção, não para ele. Era linda, tão branca que certamente nem os raios de sol a tocavam e no entanto tocou-a ele. Nunca imaginara possuir uma mulher assim, que fosse sua primeiro, pela primeira vez e que precisasse tanto dele para pertencer a este mundo, ao mesmo do qual se mantivera escondida, num lugar que até parecia mágico, com tanta cor e tanto talento...

Elvira era uma pintora reconhecida, que vendia tudo o que produzia mesmo antes de ser criado. Os clientes, que ela nunca chegava a conhecer, esperavam meses por uma tela plena de uma magia de um outro mundo, o mesmo no qual vivera até se conhecerem.

Fernando adorava a sua casa, tocar cada objecto, os livros de capa dura e autografados por autores dos quais jamais ouvira falar. Tudo parecia estar no lugar certo, com uma luz própria, a que ela criara para se embrenhar bem dentro de cada cor. Os pincéis, mágicos certamente, sobretudo quando estavam nas mãos pequeninas, mas tão determinadas, que ninguém diria serem dela.

Elvira não olhava nos olhos, não antes, mas passou a entrar bem dentro dos dele, implorando-lhe, sem palavras, o que lhe ensinara a desejar. Fazer amor com ela era um sonho. Beijar a sua pele uma adição. Deixá-la um desespero, uma tortura.

- Não te vou magoar, apenas roubar ao mundo que afinal nem te conhece E que não se importa contigo.
- Preciso de voltar ao antes para criar, já não tenho um lugar só meu, agora estás lá tu e...
- Vem cá pequenina, deixa-me cuidar de ti. já te tirei da tela, ofereci-te a realidade, a mim e tu gostaste, por isso deixa-te ficar.

Talvez alguém já tenha pintado um quadro assim, com duas pessoas que se misturam nas mesmas cores, sobre uma paisagem que ninguém reconhece, mas que só poderia estar ali. Se o virem e se sentirem que estão num mundo paralelo, que o vosso olhar entra, cada vez mais bem dentro da alma de seres que não se distinguem, porque se fundiram, quem sabe não estarão a olhar para o Fernando e para a Elvira!


22.2.15

Até no inferno!

fevereiro 22, 2015 1 Comments


Sempre disse que daria tudo para ter quem me seguisse, quem não soubesse viver se eu não estivesse por perto, alguém que sentisse as minhas palavras, tão fundo, que todas as outras fossem apenas o que se precisa de usar para nos juntarmos ao resto do mundo. Daria tudo para saber de quem pousasse um olhar fixo em mim e conseguisse auscultar-me por dentro. Um corpo no qual me encostasse para que todas as dores do mundo se subtraíssem, tendo quem planeasse ver-me nos mesmos lugares, até que os nossos corpos se recusassem obedecer-nos, mas que deixasse de importar, porque estaríamos a envelhecer juntos.

Gostava de poder mostrar, sentir e viver, um amor que me fizesse mergulhar nos mesmos mares dos quais tenho medo de morte, talvez por já ter morrido em algum. Um amor que me levasse a perdoar cada falha, com receio de falhar também eu, a ponto de perder quem realmente importasse. Gostava de te poder dizer, todos os dias, tal como o sinto agora, que por ti me superaria e iria até onde fosse preciso para ser a pessoa que visualizasses em cada pedaço do teu futuro.

Sei que a forma como te amo me faria ser amada de volta e que se te perdesse procurar-te-ia, iria até no inferno, ao lugar de onde dizem nenhuma alma ter jamais saído e te traria de volta, para que estivesses do lado de quem te respira e sabe como se te entrar dentro.

Nada, nem ninguém, nos roubaria um segundo que fosse, a mais do que aqueles que já teriam que nos arrastar para longe um do outro, porque viver tem, infelizmente, outras nuances e estar contigo e em ti, nunca poderá ser sempre e para sempre, mas seria intenso, sentido e desejado, tanto que não precisaria de te dizer o que escrevo agora, porque já o saberias, já me teria encarregado de te o provar.

Vou aprendendo a tranquilizar-me e a saber esperar, porque agora, mais do que ontem, sei que te terei outra vez. Sei que te reconhecerei em qualquer outra vida, mesmo que o duvides, mas acredita que se te tiraria até do inferno, então também te conseguiria encontrar em qualquer rua de um novo destino, na hora certa, naquela em que passarias para que te visse realmente!

21.2.15

A inteligência parece importar!

fevereiro 21, 2015 0 Comments


A inteligência parece importar, para mim sei que importa, porque tenho pavor de quem não consegue articular duas palavras decentes, seguidas. Abomino quem não se esforça para usar o que já é suposto ter aprendido, porque não temos que ser doutorados em coisa alguma, apenas interessados e interessantes!

Já me vou cruzando com um Universo masculino mais interessado em pessoas inteligentes, claro que aliada à presença física e ao saber estar, porque a verdade é que ter o cérebro estimulado é um verdadeiro desafio. Eu gosto, dá-me pica, alento, vontade de continuar a surpreender e a ser surpreendida. Conquistem-me com palavras, mas atenção, VERDADEIRAS, sentidas e que falem de vocês, de contrário e ao mais pequeno deslize, volto as costas e PRONTO, já não permito mais abertura.

Nada como uma alma inteligente que saiba do mundo e que se importe com ele. Posso falar horas a fio, sem nunca bocejar, se ao menos me "tocarem" nesse poderoso órgão que tanta gente deveria exercitar. o cérebro, claro está. Gastem-no caramba, tirem-lhe o pó, mostrem-se, ofereçam e aprendam, porque vai sempre valer a pena!

18.2.15

It´s raining men!

fevereiro 18, 2015 0 Comments


Conhecem a música?

Nunca a entendi tão bem quanto agora, não vou dizer Aleluia, como no refrão, mas ou a primavera está a chegar mais cedo, ou eu abri algum portal e vem daí, HOMENS!

São de todas as idades, feitios, objectivos, lugares no mundo, passados, mas em comum, uiii, em comum têm o desejo de me terem. OK, então e eu faço e digo o quê exactamente? Ajudem-me porque já experimentei de tudo, fui dura, compreensível, doce, azeda, torcida, condescendente, mas o resultado é o mesmo, querem por que querem e pronto.

Vou começar a andar de bastão em riste, de cara feia e boca puxada, esta parte não resultaria de certeza, dizem -me sempre que os meus lábios os enlouquecem.

Pleeeeeese, tirem-me deste filme, é que eu só preciso de UM, de cada vez, eheheheheh!!


17.2.15

100,000!!

fevereiro 17, 2015 0 Comments


Um blog, três anos depois e 100,000 visitas, uauuuu!!

Quando o "construí", quando teclei as primeiras palavras, jamais me visualizei aqui, assim. Fui crescendo, entregando-me ao que por vezes me parece um emprego, mas que trás tanto prazer agarrado que não tenho forma de parar, já nem saberia como.

Agora, a olhar para o número, tive como que um flash back, tanto que me passou pela cabeça, tantos lugares, pessoas, dias e dias que não paro de acrescentar, palavras que vão saindo, comigo, com todas as dores e conquistas que nunca cesso de sentir e de antecipar.

100, 000 olhares para o que largo, com sentido, para o que procuro e desejo, por vezes em quase desespero, sendo como que uma extensão de mim mesma. 100,000 obrigados para cada um de vocês que me mantêm aqui, é também por vocês que estou, para ficar!

"Cake"!

fevereiro 17, 2015 0 Comments


Nome do filme que estive a ver com a Jennifer Aniston, forte, num registo tão diferente de tudo o que já fez!

Interpretação incrível de dor física, tão poderosa que a consegui sentir, que me passou um desconforto, uma incapacidade em encontrar uma posição que me deixasse, também a mim, sem dores. Aqui não vemos a mulher bonita e cuidada de outros filmes, apenas uma que sofre, diáriamente, e com dores emocionais bem maiores, que a estraçalham por dentro e a impedem de ser quem outrora apenas seguia com a vida, provávelmente achando que controlava tudo, que sabia o que precisava para ser feliz.

Num segundo, num tempo que passará demasiado rápido, ou tão lento que nos prenda numa outra dimensão, ficamos à mercê de tudo o que nos queiram e consigam tirar, e nem a vida como a conhecíamos alguma vez poderá voltar a ser a mesma.

Forte, demasiado para quem se lhe entre dentro, como o fiz eu e acabei a sorrir, ainda mais confiante, para tudo o que ainda tenho, hoje!