29.6.16

Espaços... tempos...

junho 29, 2016 0 Comments
✿⊱ Cottage in Blue ✿⊱ ...Max Gasparini | Italian painter 1970:

Por vezes não nos damos os espaços que nos fariam ter tempo, para ver mesmo, para reflectir e para consolidar ou partir de vez! Estarmos apenas nós, nos nossos silêncios, sem os "barulhos" de que a vida é feita, certamente que nos deixará a avaliar, melhor, o que iniciámos sem demasiados planos, ou a planear demasiado. Corremos, galgamos degraus, subimos e descemos, numa busca que parece não cessar, mas nem sempre corre melhor apenas porque o desejamos, por vezes há que parar, olhar, sentir e reavaliar. Por vezes não bastamos apenas nós, e o que queremos não basta para que o queira o outro.

Estar errado dói. Não conseguir ler da forma certa, deixa-nos com uma sensação de impotência e burrice. Não entender onde falhámos, remete-nos, por vezes, ao casulo, e impede-nos de acreditar.

Tudo é muito rápido agora, mas a verdade é que apenas estamos em tempos que os outros não reconhecem. Andamos ao contrário. Queremos o que não nos pertence. Sentimos sem retorno. Amamos demais.

Espaços, há que os saber dar, encaixando tempos que talvez nunca se consigam alinhar. Espaços que nos recordarão de quem somos, e que nunca devermos desistir da essência para chegar até quem não nos aceitou. Espaços que poderão bem espaçar a distância que conseguimos encurtar. Espaços que nos recordam que amar só serve, se formos amados.

28.6.16

De cada vez que temos que dizer adeus...

junho 28, 2016 0 Comments
Forest maiden, medieval, fantasy:



De cada vez que temos de dizer adeus, parte de mim fica em pedaços e todo o amor que te tenho, se reduz quase a pó, com o medo que tenho de ter este medo de te perder. De cada vez que dizemos adeus, mesmo que não usemos as palavras, sei que morro um pouco e mesmo que não o entenda e que me esforce para parecer forte, segura e tranquila, metade de mim consegue muito pouco para me segurar. De cada vez que me questiono sobre ti, se serás tu e se estaremos prontos um para o outro, a resposta é sempre a mesma, porque de cada vez que arrisco perder-te, sei que perder-te me mataria, mesmo.

Quantas vezes nos podemos assegurar de estar no lugar certo, com a única pessoa que fará de nós a pessoa certa? Quantas vezes é que, estando longe, apenas queríamos estar tão perto que sentíssemos outra vez aquele cheiro familiar, o doce que só passa a boca que se encaixa na nossa? Quantas vezes conseguimos olhar para o mesmo céu e contar as estrelas começando pelo mesmo lado? Quantas vezes adormecemos e acordamos a saber que do nosso lado só poderá estar quem não estando, mudaria até o formato dos sonhos? Quantas vezes podemos dizer que amamos alguém, sentindo que amar é o que fazemos realmente bem?

De cada vez que nos temos, sei que temos o que nos foi prometido, e que somos um para o outro, o que cada um precisa para continuar por aqui, para ser feliz e para viver sem apenas sobreviver. É assim que quero continuar, a ser eu e a ver-te seres tu!

27.6.16

O que é que te assusta?

junho 27, 2016 0 Comments



O que te impede de continuar, e porque esperas, sempre, pelo pior mesmo quando os sorrisos são mais abertos e naturais? O que te assusta na pessoa que acabou a aceitar-te, como és e como te sentes? Porque fala mais alto o teu lado negro, aquele que receia ser usado, mesmo quando o toque que recebe é o que muda tudo o que vês?



O que te assusta é o que já pareces ter vivido e que afinal conheces tão bem. O que te assusta é ter que desistir e recomeçar. O que te assusta é o cheiro que se te impregna a pele e que não é o teu. O que te assusta é saberes que tinhas razão quando o primeiro olhar fugiu do teu e te deixou no vazio que já conhecias. O que te assusta é não pertenceres a ninguém, mesmo que saibas a quem terás que pertencer.


Estou cansada de atravessar mares revoltos e de ser a única a remar na direcção certa. Estou cansada de querer por dois e de esperar pelo que nunca chegará, porque quem chegou ainda não me reconheceu. Estou cansada de estar cansada e quero parar de ter medo, porque mesmo que me assuste terminar sozinha, não quero, mesmo, terminar do lado errado.

O que é que te assusta?

"Não conseguir sossegar o coração que até já entreguei"!