28.7.16

Até quando?

julho 28, 2016 0 Comments
zhenya katava - Google zoeken:



Por vezes, se não na maioria delas, a forma como olhas e respeitas os outros, não te confere igual respeito. A sensação com que ficas, é a de que nunca serás bastante, nem boa, nem má, nem igual, nem sequer perfeita, para entrares no círculo de perfeição que te impõem.

Até quando consegues antão, aceitar o que te "dão", recusando o que não te serve? Que vidas, acabas a viver, se não for a tua? Que voltas e reviravoltas dás, para que não te cobrem?

Acredita que NUNCA serás suficientemente boa e por vezes nunca conseguirás chegar ao limiar da imagem que fazem de ti, porque por vezes decidem, porque sim, que serás o que fizerem de ti, subindo ou não, nas expectativas que se atreveram a criar.

Até quando vais deixar que te digam o que fazer de ti? Até quando vais continuar a sonhar com o que dirias se fosses corajosa? Até quando te vais lamentar do que deixaste por fazer? Até quando?

23.7.16

Quem seríamos?

julho 23, 2016 0 Comments
Let it rain
Feelme/Quem seríamos?


Quem seríamos, se não fôssemos, nós mesmos, grande parte do tempo, porque nunca será possível sê-lo o tempo todo?

De que forma podemos vestir outra pele, ser alguém novo e renovado, se deixamos de nos reconhecer? Não é fazível, nem sequer tolerável, não por nós, não por muito tempo. Ou nos escondemos e nos recusamos o que sabemos, sobre nós, vivendo numa vida paralela, rindo quando a vontade é chorar e chorando, sozinha e amarga para que ninguém nos julgue, ou somos quem sempre fizemos por construir e arcamos com a rejeição, com as cobranças e com as incapacidades de nos verem para além de outros.

Desaconselho, vivamente, a que finjam olhares e que usem as palavras que nunca foram as vossas. Aconselho, e até consigo provar-vos que é melhor forma, a que não desistam de vocês para incluir quem desistiu mal começou. Peço-vos que olhem, com respeito, para a pessoa que não vos consegue abraçar, mesmo, com ambos os braços, encostando-vos no corpo que julgaram poder partilhar sempre. Aceitem as incapacidades, os medos e os desconfortos. Entendam que cada um terá que lutar as suas próprias batalhas para depois, um bom tempo depois, enfrentar a guerra convosco.

Nós somos, o que fizemos de nós. Nós somos, o que permitimos, aos outros. Nós somos, quem queremos para nós e nunca ninguém deverá ser culpado do que falhámos conseguir. Nós somos, mais ou menos, resolvidos, quanto a capacidade de corrigirmos os nossos erros e de os aceitarmos seguindo em frente. Nós somos, a parte da vida que escolhemos viver, mesmo que sozinhos.


Eu sei que suporto e tolero muita coisa, excepto e nunca, deixar de ser eu, porque sem mim não sou, nem me tenho e sem mim não consigo viver!

As minhas e as tuas dores!

julho 23, 2016 0 Comments



Existem feridas que demoram a sarar e que nunca vão doer da mesma maneira, não as tuas em mim e certamente que não as minhas em ti.

As minhas dores vêem de tudo o que fiz e do muito que não arrisquei fazer. As tuas terão cores próprias, envoltas em tempos e momentos que viveste. Nada se mistura quando a mistura provoca danos que não conseguimos reparar. Nada se reverte enquanto nos mantemos numa vida que já não é a nossa, olhando para o que deixámos terminar. Nada se cura se a ferida alastra demasiado e não identificamos a causa.

As minhas dores vão-me doer, a mim apenas, e nunca as irei querer tornar tuas, até porque não terias forma de as medir. As tuas dores, aos meus olhos, parecem ser bem maiores que a tua capacidade de lhes resistires e é por isso que nos deixamos a doer sozinhos.

Quando a verdade dói e quando a realidade te engole, o que sentes vai impedir-te de ver diferente e melhor, até o que ainda existe de bom. A solução será manteres a dor, guardando-a num lugar especial, porque pelo menos saberás que estás vivo. Quando for demasiado e achares que deves desistir, fá-lo sem acrescentares mais dor e apenas vive a tua realidade, a que conheces.

Das minhas dores cuido eu e deixo-te livre para sentires as tuas!

21.7.16

Mal-me-quer, bem-me-quer...

julho 21, 2016 0 Comments

Mal-me-quer, bem-me-quer, muito, pouco ou nada?

Estarmos na mesma sintonia, passando pela mesma onda e no mesmo momento, é tão raro agora como o será sempre acertar nos números do euro milhões. Sabermos que gostamos do que gosta o outro e que conseguiremos seguir pelos mesmos caminhos, mesmo que não saibamos quais serão, faz-nos querer mais e tudo. Sentir os mesmos impulsos que nos levam a desejar que os dias nunca terminem e que não precisemos de fechar os olhos deixando de ver quem nos olha, é o que precisamos para continuar a querer.

Mal-me-quer, bem-me-quer. Quero o que queres e espero conseguir manter-nos assim, um no outro, até que querer seja tão natural como ser. Ninguém disse que seria fácil ajustar, confiar, perceber do que percebe o outro e sobretudo juntar vidas e projectos. Ninguém nos explica os meandros de relações novas após as relações que nos marcaram. Ninguém resolve por nós os timings que teremos que incorporar, permitindo que o outro entre e permaneça na vida que criámos.

Temos que começar pelo princípio, gostando muito de quem queremos que goste de nós. Depois é ir caminhando, juntos, encontrando soluções, abrindo mais portas e tentando não ceder aos primeiros impulsos, aqueles que nos gritam para desistirmos de cada vez que as coisas se complicam.

Mal-me-quer, bem-me-quer, muito, pouco ou nada?

Querer só não basta, há que saber como o fazer sem que pareça demasiado a quem já tem o que lhe baste, ou pouco a quem nunca teve nada. Mas se for para querer mal, então que não se queira de todo.