7.8.16

Eu, a escritora!

agosto 07, 2016 0 Comments
Jo Seated on the Old Sofa by                                                       ....Norman Rockwell:

Nunca teremos a verdadeira dimensão da influência de algo em nós, até que um dia, do nada, acabemos a perceber o que foi que accionou o rastilho. Tive, há algum tempo atrás, a noção de que fui verdadeiramente tocada por uma personagem fantasiada, mas que poderia bem ter existido, tal como existo hoje. A Jo Marsh do romance as Mulherzinhas, representava a menina que quase fui, porque era igualmente voluntariosa, determinada e virada para as palavras. A Jo era a mais forte das irmãs e para quem não leu o livro, posso contar que se tratava de uma família constituída por 4 meninas, pela mãe e por uma doce empregada. Tinham ficado as 6 para trás, a segurar os despojos de uma guerra para a qual o pai partira. Foram tantas as aventuras e as lições de vida, que quem como eu leu o livro, não poderá ter ficado indiferente.

Eu a escritora, a que se denomina assim, porque sempre se sentiu capaz de juntar letras, dando-lhes significado, sou diariamente influenciada por diversas histórias, personagens, desejos e sonhos que acabo a juntar e a reconstruir. Eu a escritora, sei que não poderia ter sido outra coisa, mesmo que já tenha sido muitas outras. Eu a escritora, vou a cada dia permitindo que tudo o que amealhei no meu banco de memórias, me forneça o combustível que me alimenta. Eu a escritora, sinto que posso finalmente começar a usar tudo o que me fez assim, para poder partilhar sem defesas e sem filtros, com todos os que me vão lendo, porque de outra forma não serei eu.

Incrível como por vezes precisamos de tão pouco para sermos muito!

5.8.16

No final do dia só importa mesmo o que permanece!

agosto 05, 2016 0 Comments
LUA DE MEL:



No final de cada dia, o que permanece, o saldo de todas as correrias e buscas, é sempre positivo porque existes e desde que existes para mim. No final do dia sei e preciso que continue a ser assim, que estejas aí e aqui para mim. No final do dia, mesmo de algum mais carregado, onde as nuvens chegam, do nada, a ameaçar a nossa tranquilidade, sei que poderei sempre contar com quem já conta comigo. No final de um dia como o de hoje, continuarei a saber que me estavas destinado e que apenas adiámos ambos o que teria de acontecer.


Sinto que sou talvez demasiado resolvida e segura, mas foi a minha sabedoria e empenho que te permitiram ficar e é com cada parte de mim que te tento manter, provando-te que sou TUDO o que esperavas e até o que não arriscavas sonhar. Sinto, sem qualquer dúvida, que deixei de duvidar de mim e do que consigo fazer acontecer, mas sinto sobretudo que no final de cada dia quero que estejas apenas tu.

Nada se cruza ao ponto de nos impedir de continuar, mas tudo acaba a cruzar-se, mudando inevitavelmente as horas que poderiam ser apenas nossas. Vai caber-nos saber como gerir cada pedaço de todas as vidas de que é feita a nossa, porque se não estivermos, um e outro, onde nos fazemos falta, nada termina, continua e mantém-se implacável à espera de que paremos de esperar por tudo o resto e sejamos apenas nós, pelo menos no final do dia, cada dia!