Amo até as tuas imperfeições. Gosto de cada pedaço teu, até dos que te fazem reclamar daqueles que pareces ver menos bons, mas que para mim serão o que tu és, da forma que te vi desde sempre!
Nunca me canso de te olhar e de acompanhar todas as curvas, as covinhas quando te ris, as sobrancelhas que franzes quando duvidas e esses lábios que beijo, vezes sem conta para que o seu sabor se cole aos meus e que repuxas para fazer beicinho. És a minha menina crescida e fazes-me também crescer na vontade de te manter protegida, mesmo sabendo da tua força e da tua capacidade de cuidar até de mim. Ainda não encontrei nenhum defeito tão grande que me pudesse forçar a reconhecer que afinal és humana e que tens as mesmas dores de todos os outros. És perfeita ao meu olhar e escusas de ter medo que o diga e possas vir a falhar, porque se correr mal, resolvemos os dois.
Dizem que quem ama vê com o coração, dá pouca importância aos pormenores e foca-se no que importa realmente. Talvez seja isso mesmo, porque eu dou-te a importância que tens na minha vida, que é toda, visto que não funciono se não estiveres desse e deste lado comigo, mesmo quando não podes. Amo-te toda, mulher, da ponta desses dedinhos maravilhosos, até ao cabelo que gosto de afagar e de cheirar quando te encostas a mim. Amo-te com e sem imperfeições e porque não me interessam que existam.
Não era isto o que todos gostaríamos de ouvir? Não seria assim que faria sentido ter alguém na nossa vida, sabendo que nos queriam como somos, com todas as marcas e registos, mesmo que indeléveis? Não valeria a pena olharmos o outro como quem nos completa, até nas imperfeições, ao invés de o analisar pela negativa, procurando o que não existirá, mas que apontamos com medo de falhar? Será assim tão difícil apenas deixarmos acontecer a cada dia, usufruindo do que nos oferecem?
Aceitar os imprevistos. Os que são bons, aqueles que te recordam que estás viva e que afinal existe mais mar para navegar!
Sou uma controladora nata e não gosto de apenas me deixar ir, mas há dias em que do nada alguém entra de mansinho e até o respirar fica mais acelerado. Deixar acontecer, não parar, ir e receber o que afinal até nos está reservado, mas não da forma que julgávamos ser a certa, é possível, porque temos outros caminhos mesmo que demoremos mais algum tempo a chegar.
Nada como um amor para resolver outro, certo? ERRADO! Já achei que sim, aliás ouvi como todos os outros a suposta certeza nesta afirmação, mas a verdade é que precisamos de curar um amor e de lhe fazer o luto para deixar entrar outro. Assim é que é justo para ambos e correcto.
Mesmo achando que não estava à espera, a verdade é que esperava por ti. Não me apressava, mas na eventualidade de chegares, queria estar pronta. Infelizmente não funciona assim, porque não há preparação possível para as catástrofes emocionais. Há que deixar ir, desviando-nos dos projécteis o melhor que o nosso talento permitir. Sei que aprendi a ser mais ligeira, mais espontânea, a deixar acontecer, a não pesar e medir tudo até à exaustão. Já foi uma ENORME melhoria, só me falta perceber porque raio é que nem assim resultou!
Beijos e chocolates. São duas paixões, dois desejos latentes, que nunca recuso, que mexem comigo e que me conseguem enlouquecer! Não sei qual poria em primeiro lugar, até porque chocolates tenho sempre e não dependem de ninguém, apenas do meu desejo. Já os beijos...
Sei que um beijo bem dado, com sabor aveludado quente e bem partilhado, é tão bom quanto o melhor dos chocolates. Se estiverem juntos, oh meu Deus, vamos e voltamos do céu em apenas alguns segundos. Conheço algumas pessoas, raras, que não gostam de chocolates, mas de beijos. Bem, de beijos parece que uns quantos, sobretudo homens, passaram a gostar menos, Lamento, mas é o que me dizem as respectivas mulheres. Talvez eu tenha uma explicação para o facto. Beijar é deveras um acto mais íntimo que qualquer outro e ao contrário do sexo, nunca conseguiremos beijar alguém, de ânimo leve, se o sentimento que nos unir não for realmente forte. Beijos são sinónimo de amor e por isso só quem ama quer beijar, a toda a hora, falando menos e sentindo mais. Quando o amor se vai... O Roberto Carlos tem uma canção assim.
Para mim é certo que uma combinação explosiva passa por um bom beijo, recheado de um chocolate de leite. Queria agora, menos chocolate e mais beijos achocolatados. Uma boca sedenta de mim, beijos sem pressa, prolongados e línguas que se tocassem. Não existe melhor passagem de amor, um bom beijo liga-nos os motores e deixa-nos prontos para tudo!
De que são feitas as lágrimas? De dores, de risos, de todas as quebras, conquistas e perdas irremediáveis!
Lavam-nos por dentro e por isso devem-se deixar rolar, já não as seguro nem as temo, porque são o reflexo do que consigo sentir e permitem-me ser apenas mais humana, mais mulher, com fragilidades, inseguranças e medos, mesmo que infundados.
As lágrimas são feitas de tudo o que vivencio, de pedaços de matéria que poderá até nem ser minha, mas que sinto bem dentro de mim, porque sou real, feita de emoções das quais não quero abdicar. Já derramei imensas, já preenchi lagos que não existiam antes. Mudei paisagens áridas, fiz crescer vegetação, alimentei-me a mim e a quem me rodeava, porque de cada vez que choro, de cada vez que permito que as lágrimas rolem, fico mais preparada e mais resolvida.
Choro de filmes lamechas, choro de ver chorar, choro quando não consigo tirar dores que mesmo passando para mim não amenizam o outro. Choro porque sou eu, porque quando e sempre que o faço respiro mais fundo, afasto os cabelos, as sombras e sigo em frente, aliviada e livre.
Sei do que são feitas as lágrimas e acarinho-as tanto quanto todos os sorrisos e gargalhadas, porque sou composta de tudo!
O amor e a falta dele, transforma-nos para melhor e para pior. Somos o reflexo de tudo o que construímos e do muito que nos faltar, para entendermos que apenas teremos o que formos capazes de doar.