19.10.16

Sabes o que tenho?

outubro 19, 2016 0 Comments
Heather Stewart-Whyte fotografado por Dominique Issermann para a Vogue Paris, Setembro de 1991.:

Queres saber quem sou e o que tenho comigo e em mim? Sou a mulher que entende como fala até quando não diz nada. Sou a que usa os silêncios para beijar, acariciar, para sorrir e olhar enquanto vê. Sou uma determinada crónica e quando quero, faço, vou e procuro. Sou uma mulher parecida com tantas outras, mas que não se assemelha a nenhuma.

Comecei pelo começo e aprendi a lidar com a pessoa mais difícil da minha vida, eu mesma. Depois deste obstáculo, todos os outros tornaram-se fáceis e contornáveis. Comecei por me incutir respeito, postura e um caminhar no qual eu caminhe toda, sem qualquer desvio. Comecei por gostar até das partes que gosto menos em mim e por saber o que fazer com cada uma.

Sabes o que tenho quando do meu lado estiver quem me tenha? TUDO! Tenho o que consigo, o que já construí e ainda fico pronta para aprender e ser muito mais. Sabes o que tenho para que me consigas amar assim? Tenho a certeza de que o que passo me passa a mim, e que comigo irá cada pedaço de pele, a mesma que poderás tocar, sentir e desejar, se eu te quiser mesmo comigo.

Se eu for a tua mulher, posso garantir-te que o saberás. Se eu for a que te aceitou e passou a querer por perto, tu saberás, logo, mal consiga "despejar-te" todas as palavras de que sou feita. Se eu for a tua mulher, terás que perceber do que percebo eu, sem medos, apenas a desejar ser e ter mais. Se eu for a tua mulher e quando o for, tu serás o único homem que irei querer por perto.

Queres saber quem sou? Conquista-me e rápidamente terás o que fizeres por merecer!

Não quero "ses"!

outubro 19, 2016 0 Comments


Não quero deixar de querer quem me tenha chegado e passado sensações que já quase arriscava esquecer. Claro que o amor não se esquece. Claro que os sentimentos que nos movem céu e terra e que fazem arrepiar só com o pensamento não se arrumam. Claro que ser-se desejado, tocado e olhado é maior do que qualquer outra coisa já identificada. Claro que me recuso a morrer para o que me deixa a sentir tão viva que viver passa a ser o que faz sentido.

Nunca espero pelo instalar dos "ses". Nunca deixo nada por dizer e tento, sempre, que não duvidem do amor que consigo sentir. Quem não entende as emoções, as que não precisam de palavras porque nos passam, de imediato, o que sente o outro. Quem se recusa a ser aceite, recusando quem já quis muito. Quem tem muitos "ses e "mas", nunca poderá estar comigo nem por mim.

Não estou à procura, não vou sequer pousar olhares mais atentos, porque o que tiver que me chegar, se ainda acontecer nesta vida, chegará com a certeza de que estou pronto, agora já estou e agora já não aceito desistir. Não estou à procura de nenhum amor, ele saberá como me encontrar e certamente que no formato que se encaixará no meu. Não estou à procura, mesmo que me faça falta e que sinta que quase rebento de tanto que acumulei.

Não quero "ses", quero alguém que saiba, exactamente, quem é e do que é capaz. Posso ser diferente, especial, exigente, determinada e até casmurra, mas amo com tudo o que sou e isso é sempre muito.

Lamento que não sejas!

outubro 19, 2016 0 Comments



Lamento que não sejas e que não estejas no mesmo formato. Lamento não conseguires dar-me como preciso e quero. Lamento não te ter e saber que não serás mais do que foste antes e que não virás, Lamento que não sejas, mas deixou de me bastar!

Querer-te, assim, tanto, esperar-te, ver-te, sentir o que és, mas não tens como passar, fez-me baixar os braços, olhar em frente e seguir.

Lamento que não estejas, hoje, tal como não estiveste ontem. Lamento que não sejas ainda tu, que não me pertenças e que não me reconheças.

Não vou lutar, não quero, só o faria se me tivesses olhado e visto. Quando percebi que não te mudava nada, que a minha presença não te compunha o futuro, deixei que seguisses e que  deixasses de estar no meu presente. O que tens para mim não é o bastante. Se eu o soubesse antes, se te tivesse entendido, lido, não estaria agora a lamentar que o teu suficiente não me chegue. 

Dizem que temos que viver, que passar por pontes sem água por baixo e em lugares remotos. Dizem que atraímos quem precisamos no momento, para que nos ensinem percursos que não considerámos antes. Dizem que o sofrimento faz crescer e que nos alargam os horizontes. Pronto, que seja. Não vou sequer dar-me ao trabalho de pensar de forma diferente, já gastei demasiado do meu tempo a tentar aprender alguma coisa, por isso espero mesmo que o tenha feito.

18.10.16

Não te dou permissão!

outubro 18, 2016 0 Comments
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Não te dou permissão e não te vou sequer perdoar, que tenhas vindo com toda a força de um amor que lançavas, em tufos de uma lã na qual apetecia enrolar, para depois levares até o que sou e não para que ficasse contigo!

Não te dou permissão para que me magoes mais, para que mantenhas a minha pele em sangue, para que me exponhas aos males do mundo, sem qualquer reconhecimento do que já representei na tua vida, pela forma, dedicada e de total entrega, com que te mantive junto a mim, cuidando de ti todo, sabendo até do que falavam os teus olhos, os mesmos que pararam de olhar para mim.

Não tens o direito de simplesmente deixares de me amar, quando parecias alimentar-te até dos meus pensamentos. Quem foi que te disse que podias apenas ir, num dia tão normal, de um sol que ainda recordo pelo calor que me subiu pelos pés que tinha descalços num chão que gelou, mas que não impediu que eu ardesse de uma dor que se mantém até hoje? Quem te permitiu apunhalar-me, sem aviso, levando a minha fé nos amores a que ainda deveria ter direito?

Não entendo a capacidade que muitos terão de matar quem fizeram viver. De amachucar o mesmo papel no qual escreveram o que era importante. De simplesmente arrancar, como se de um penso se tratasse, tudo o que ambos implantaram, quando planeavam uma construção que se revelou demasiado frágil.

Não te dou permissão para me continuares a arrastar, impedindo-me até de sentir o que me fazia girar o mundo, sendo a pessoa que sempre conheci, a mulher que admirava, com um sorriso no qual cabiam tantos, mas que agora se recusa a abrir.

Não te dou permissão para me manteres assim, agarrada a ti, amando o que já não existe, querendo quem nunca chegará,

Não te dou permissão para ficares sequer, no meu pensamento e para que me preocupe com o que sentes e tens agora. Vou apenas limpar o que permiti que sujasses e limpar-me do corpo que manteve o meu prisioneiro num amor do qual nunca me atrevi a duvidar, mas que afinal não existiu.

Não tinhas o direito de me deixar no chão!